IPH - Instituto de Pesquisas Hospitalares

Publicações Revista IPH Revista IPH Nº17 COVID-19 - A pandemia e as tendências para o planejamento do serviço de saúde: perspectivas do "Decálogo para Hospitais Resilientes"

COVID-19 - A pandemia e as tendências para o planejamento do serviço de saúde: perspectivas do "Decálogo para Hospitais Resilientes" Stefano Capolongo, Andrea Brambilla e Marco Gola - Instituto Politécnico de Milão, Italia.

Resumo


A pandemia causada pela COVID-19 gerou um estresse sobre os sistemas de saúde em escala global e, especificamente, sobre as organizações e instalações hospitalares. O surto de infecções e o número enorme de pacientes em estado crítico testaram a flexibilidade dos projetos arquitetônicos da área da saúde, forçando organizações a se adaptarem rapidamente e explorarem soluções emergenciais pontuais. Este trabalho propõe perspectivas retiradas do Decálogo para Hospitais Resilientes, entre elas uma série de estratégias de projetos e considerações aplicáveis tanto para novos hospitais como para a reforma dos já existentes. As estratégias sugeridas são as seguintes: 1) Localização estratégica do terreno; 2) Configuração da tipologia; 3) Flexibilidade; 4) Projeto funcional; 5) Foco no usuário; 6) Territorialização da rede de atendimento à saúde; 7) Segurança do paciente; 8) Climatização e a qualidade do ar interno; 9) Materiais de acabamento e móveis inovadores; 10) Inovação digital do sistema de saúde. A pandemia de COVID-19 desestabilizou o sistema de saúde e acelerou os processos de inovação e transformação. Ao incorporar, em novos projetos ou nos de reforma, estratégias operacionais e de projeto que se protejam do futuro, podemos obter estabelecimentos hospitalares mais resilientes.

 

Palavras-chave: COVID-19; Hospital; flexibilidade; resiliência; inovação digital; segurança do paciente. 


O impacto da COVID-19 sobre os sistemas de saúde


O vírus da COVID-19 está criando um estresse inesperado sobre as arquiteturas dos sistemas de saúde e de tratamento intensivo. A taxa de infecções e de pacientes severamente doentes internados alcançou níveis inéditos.


Dentro do sistema de saúde, o papel dos hospitais é crucial na oferta de tratamento médico essencial para toda a comunidade, especialmente durante uma emergência. Em geral, são instituições complexas e vulneráveis, dependentes de apoio externo e redes de abastecimento críticas, que operam em ritmo e capacidade altíssimos.


Mesmo um aumento modesto no volume de admissões durante um período relativamente curto de tempo, pode sobrecarregar um hospital para além da sua reserva funcional. A pandemia causada pela COVID-19 esgotou clusters críticos de serviços de apoio e interrompeu cadeias de fornecimento, além de ter levado à redução de equipes médicas e gerado desafios de comunicação (WHO, 2020). Os estabelecimentos de saúde enfrentaram muitas dificuldades para responder adequadamente à demanda sem precedentes que o atendimento de emergência e das Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) recebeu para o tratamento de doenças infeciosas. A necessidade de leitos para a COVID-19 nos departamentos de atendimento intensivo explodiu globalmente, forçando os espaços de cura a adotar estratégias para capacidades emergenciais de atendimento, como adaptar espaços para atendimento médico, restrição de equipe e redução de estoque para aumentar a capacidade geral.


Tal emergência evidenciou todos os desafios estruturais, tecnológicos e organizacionais correntes enfrentados por hospitais desgastados e obsoletos. Na realidade, essas instituições tiveram sua resiliência e eficiência prejudicadas para lidar com as rápidas mudanças epidemiológicas, econômicas e sociais necessárias para combater a disseminação da COVID-19. Além disso, já no curto prazo, os sistemas de saúde enfrentarão duas questões colaterais: o atraso cada vez maior dos procedimentos rotineiros de saúde (por ex.: tratamento de câncer, cirurgias etc.) e o esgotamento físico e mental da força de trabalho da saúde causado por esta situação crítica (VV.AA., 2020; Barach et al., 2020).


Para superar a saturação mundial de espaços nos hospitais existentes, foram exploradas duas estratégias principais:


  • Espelhando-se no exemplo de Wuhan, na China, que construiu um hospital emergencial em dez dias, o mundo todo assumiu o desafio de erguer diversas estruturas temporárias para dar conta da enorme demanda de leitos para pacientes com COVID-19. O fato de termos estabelecimentos projetados para lidar com os cuidados de muitos pacientes em 25.000 metros quadrados de blocos pré-fabricados foi entendido como o símbolo de como a inovação no campo da construção pode impactar os processos do sistema de saúde. Inúmeras soluções temporárias, tais como contêineres, sistemas infláveis, estruturas em tenda, módulos, painéis divisórios, embarcações, foram propostas por designers ao redor do mundo, como o coletivo CURA (Connected Units for Respiratory Ailments), um projeto de código aberto (open source) desenvolvido pela Associação Carlo Ratti (Itália), ou os 68 leitos de atendimento e 10 de UTI montados no gramado East Meadow do Central Park em Nova York (USA);

  • Outra estratégia tratava de transformar tipologias de edificações não sanitárias, que não estavam sendo utilizadas durante a pandemia, tais como centros comerciais, aeroportos, escolas, entre outros, que foram reequipados. Diversos estudos desenvolvidos por designers resultaram em trabalhos conceituais que converteram, em 14 dias ou menos, escolas ou hotéis em espaços de atendimento à saúde temporários. Além disso, uma força-tarefa organizada pelo Instituto Americano de Arquitetos (AIA, 2020) disponibilizou uma ferramenta de planejamento capaz de identificar rapidamente edifícios adequados para o tratamento de pacientes. Podemos encontrar exemplos na transformação do Centro de Exibição "Fiera Milano" em Milão (Itália) e do Centro ExCel em Londres (Reino Unido), onde também foram realizadas transformações importantes no sistema de climatização. De qualquer maneira, esses exemplos apresentam severas limitações, tais como capacidade limitada para cirurgias ou para diagnósticos de alta complexidade, escassez de serviços especializados de apoio e a distância do hospital central.

 

O desafio dos estabelecimentos de saúde


 Ao mesmo tempo que, fora dos hospitais, estruturas temporárias foram erguidas, dentro deles as organizações do serviço de saúde tiveram de lidar com duas questões emergentes:


  • tratar pacientes com sintomas graves enquanto reduziam a disseminação do vírus entre usuários e a equipe médica. Para lidar com o primeiro aspecto, houve a rápida conversão de diferentes estabelecimentos, como hotéis, centros de comércio, aeroportos etc., em novos espaços hospitalares, revelando uma série de dificuldades operacionais e de segurança que podem ser resumidas na impossibilidade estrutural de separar um componente de tratamento crítico (como as UTIs) do restante do hospital. Portanto, uma grande parte das áreas destinas à COVID-19 foram projetadas de acordo com as soluções específicas e extremamente variadas do hospital, departamento ou ala. A falta de uma estratégia comum abrangente não está relacionada à complexidade da emergência, mas especialmente à alta complexidade e à alta variedade das infraestruturas hospitalares. De fato, em termos de dimensões número de usuários e volume de atividades, o hospital é mais parecido com uma cidade dentro de uma cidade, caracterizado por estratificações das redes de serviços distribuídos tanto interna como externamente. O estado geral de obsolescência e rigidez do sistema de saúde contribuiu em grande parte para os desafios administrativos e organizacionais desta pandemia em particular em muitos países. Os hospitais foram forçados a adotar diversas estratégias transversais, incluindo a criação de:
    • espaços dedicados para doação e retirada de equipamentos de proteção individual (EPI) e área de desinfecção para os trabalhadores da área da saúde; novos espaços com tecnologias pré-fabricadas;
    • áreas de segurança entre as alas, divisão entre áreas contaminadas e não contaminadas, transformação de espaços para tratamentos graves (por exemplo, já equipados com sistemas avançados, como sucção, oxigênio, pressão negativa etc.) começando com as salas de cirurgia;
    • ambientes core and shell vazios e à disposição (também chamados de espaços "pulmão") para serem equipados para emergências; ou também áreas sem uso, academias de ginástica, estacionamentos e centros de convenções;

    • o outro desafio enfrentado pelos hospitais é a contenção do vírus. A falta de dados validados e protocolos com base em evidências forçou cada hospital a desenvolver soluções específicas, às vezes com base em modelos de epidemias virais anteriores, como o SARS, em 2003, e o Ebola, em 2012, ou bacterianas, como a tuberculose. Lidar com esses episódios de alto contágio exigiu que fossem implementados protocolos rígidos de controle da infecção nas áreas de distribuição, em lugares chave, como entradas, para gerir melhor os fluxos da equipe médica que poderia se contaminar e, com consequência, contaminar outros funcionários e usuários.

     

    Ilustração 1. Obsolescência dos hospitais ao passar dos séculos. Imagem retirada de Capolongo (2012).


     

    Um Decálogo para hospitais resilientes


    A partir dessas considerações gerais, o trabalho oferece perspectivas para o futuro da arquitetura na área da saúde em termos na forma de um Decálogo de estratégias para novas perspectivas no planejamento do serviço de saúde. Este trabalho foi promovido pelo Departamento de Arquitetura, Urbanismo e Engenharia Civil da Politécnico di Milano (Itália) como um observatório das melhores práticas para estabelecimentos de saúde resilientes.


    Essa abordagem irá dar suporte em resposta às necessidades de capacidade de tratamento crítico aplicável tanto para novos hospitais como para a reforma dos já existentes com o intuito de possibilitar uma resposta mais clara e coordenada para futuras emergências de saúde (Capolongo et al., 2020).


    As arquiteturas que atendam a saúde do futuro devem ser cada vez mais resilientes às mudanças e capazes de proteger a saúde de diferentes usuários, além de lidar com as necessidades sociais, ambientais, econômicas e epidemiológicas em contínua mutação do contexto em que estejam inseridas. Nos meses anteriores, uma matriz comparativa foi estruturada para unificar as estratégias derivadas da coleta de dados e dos casos de estudo. Duas áreas de melhoria têm sido investigadas:

    1) estratégias 1, 2, 3, 4 e 5, que podem ser implementadas durante a fase de projeto;

    2) estratégias 6, 7, 8, 9 e 10, que, ao contrário, podem ser alcançadas na fase operacional.


     

     Ilustração 2. Resultados do Decálogo para Hospitais Resilientes. Tirada de Capolongo et al. (2020).


     

    1. Localização estratégica do terreno

    No contexto urbano, o hospital tem um papel estratégico devido a uma série de fatores, como acomodar uma quantidade vasta e diversa de usuários e visitantes, a dimensão relevante do edifício e a cadeia econômica de suprimentos. Por essa razão, a escolha do local de construção do hospital é crucial durante os processos de planejamento e tomadas de decisão que afetem a sustentabilidade social, ambiental e econômica das estruturas de saúde e da eficiência do serviço (Dell-Ovo et al., 2018).


    Recentemente, as tendências hospitalares destacaram a importância da localização nas áreas urbanas, entretanto experiências passadas e correntes, especialmente em relação a uma epidemia infeciosa, têm desafiado tal tendência. De fato, a capacidade de modificar áreas funcionais ou de levá-las para o lado de fora tem sido geralmente limitada devido à falta de flexibilidade para expandir o espaço físico devido à localização do hospital em partes centrais e adensadas da cidade. Se aprendermos com o gerenciamento de pandemias anteriores, veremos que, ao localizar os hospitais pós-COVID-19 nos limites das cidades, será possível garantir tanto a limitação de fluxos fora de áreas urbanas, contendo assim possíveis riscos de contágio em centros urbanos de alta densidade, como a acessibilidade.


    Ao mesmo tempo, uma correta estratégia de localização representa uma oportunidade para se espalhar em áreas próximas ao estabelecimento de saúde. Por outro lado, é preferível que áreas centrais recebam estabelecimentos que ofereçam: serviços de saúde primários, de prevenção e promoção da saúde em escala distrital (Miedema et al., 2019).

     

    2. Configuração da tipologia para possibilitar a contenção da doença

    Hoje em dia, as tendências para a tipologia hospitalar são basicamente caracterizadas por configurações horizontais. Em uma situação de emergência, tal configuração possibilita organizar as áreas sem restringir toda a distribuição dos sistemas (Capolongo et al., 2019). Para proporcionar uma gestão efetiva de emergências, áreas de tratamento para pacientes contaminados e infectados isoladas por meio de uma clara separação de fluxos, as contaminações cruzadas devem ser evitadas com o uso apropriado de conexões verticais e horizontais dedicadas para as diversas áreas. Portanto, uma configuração tipológica híbrida, caracterizada por uma estrutura principal conectada para dar suporte a pavilhões, pode representar uma solução estratégica com acessos dedicados para veículos de emergência e logística.


    No caso de uma emergência infecciosa, a independência dos prédios ou a presença de unidades internas autônomas, permite separar áreas funcionais distintas do restante do sistema sem interromper as atividades regulares. Providenciar espaços externos ao redor do hospital é também apropriado para receber estruturas temporárias adicionais, tais como tendas, estruturas de tensão ou outras soluções modulares, que garantem a conexão com o hospital e com os acessos de ambulâncias e veículos de logística.

     

    3. Flexibilidade e resiliência

    A resiliência é um dos principais desafios que os estabelecimentos de saúde precisam abordar hoje. Para assegurar uma gestão eficaz de situações de emergência, os conceitos de flexibilidade e percepção do futuro representam aspectos fundamentais para considerar no processo de planejamento hospitalar, desde o sistema geral da edificação até as unidades funcionais e ambientais singulares.


    Por exemplo, o Centro Médico da Universidade Rush, em Chicago, representa um estudo de caso durante a pandemia de COVID-19. De fato, o hospital pode expandir tanto a capacidade de atendimento do departamento de emergência quanto o número de quartos de isolamento quando necessário. Quando em funcionamento regular, esse hospital conta com aproximadamente 40 salas de pressão negativa capazes de prevenir a disseminação pelo ar de doenças potencialmente infeciosas. Cada unidade ambiental tem pressão negativa concernente ao corredor externo para permitir que o ar flua do corredor para o quarto e seja expelido do hospital pela introdução de filtros HEPA.


    Em geral, todas as intervenções capazes de garantir uma rápida reconfiguração são estratégicas em emergências, tais como:


    • a presença de espaços disponíveis, áreas vazias e de apoio entre os diferentes lotes e departamentos para acomodar expansões, reconfigurações ou áreas de isolamento;

    • áreas não sanitárias que podem ser facilmente transformadas e equipadas com baixo investimento. Por exemplo, a área subterrânea de estacionamento de diversos hospitais em Israel pode ser convertida em um hospital com muitos leitos em períodos de guerra, ou ainda, instalações esportivas flexíveis podem ser reconfiguradas. Portanto, essas áreas devem contar com conexões internas diretas com o resto do hospital, assim como com acessos externos para ambulâncias;

    • áreas funcionais que podem facilmente ser convertidas, como uma ala comum do hospital que conte com a quantidade apropriada de instalações técnicas.

     

     

     Ilustração 3. Projeto de quarto aberto desenvolvido pela Alta Scuola Politecnica, desmembrado em seus três submódulos. Ilustração de Andrea Brambilla.


     

    4. Projeto funcional e sistema de distribuição

    Um programa funcional é fundamental nesse tipo de instalação de complexidade. Em caso de emergência, a disposição deve considerar alguns pontos transversais:


    • a distribuição é um dos muitos aspectos a serem considerados no projeto funcional em relação a emergências. O acesso para a equipe médica deve ser exclusivo, assim como o acesso para visitantes que não forem direcionados para o departamento de emergência. No caso de uma emergência infeciosa, deve ser possível separar ainda mais fluxos normalmente já apartados (públicos e médicos) para dividir os fluxos de pacientes com suspeita ou confirmação de infecção dos outros usuários. Nesse sentido, é obrigatória a presença de sinalização de fácil reconhecimento para indicar de maneira eficaz as mudanças temporárias nas rotas hospitalares;

    • a forte relação entre o departamento de emergência e as alas infecciosas requer uma conexão rápida para a movimentação de pacientes e da equipe hospitalar. Tais espaços devem ser localizados no mesmo andar para permitir conexões curtas e horizontais;

    • faz-se também necessário ter áreas de depósito, as quais, no caso de uma emergência infecciosa, poderá armazenar a grande quantidade de materiais sanitários, EPI e lixo infectante. Além disso, é premente encontrar soluções para a disposição extraordinária de cadáveres em espaços com baixas temperaturas e com fácil comunicação ao acesso externo para transporte;

    • para reduzir o risco de difusão de infecção hospitalar, todas as alas regulares de internação devem maximizar o número de quartos individuais. Isso pode ser garantido com um conjunto de vigas de cabeceiras e equipamentos industriais que permitam transformar quartos individuais em duplos caso o fluxo de pacientes aumente.

      Além disso, o projeto de um hospital resiliente deve considerar alguns aspectos organizacionais das áreas de tratamento mais interessadas na emergência infecciosa, tais como:


      • os resultados das UTIs como uma das mais afetadas, por isso áreas de filtro adicionais são necessárias para que a equipe médica possa se trocar. É sugerido ter áreas de trabalho separadas da área de tratamento central, para reduzir a exposição dos trabalhadores, e utilizar equipamentos móveis de diagnóstico;

      • o departamento de emergência deve, ao mesmo tempo, acolher pacientes com suspeita da infecção e continuar a administrar todos os outros casos sem relação com a infecção, separando suas entradas. Por isso, são recomendadas duas entradas para distinguir os doentes por meio de uma triagem dedicada, com espaços separados de percurso, espera e tratamento. Devem ser providenciadas múltiplas áreas externas de descontaminação para ambulâncias e áreas para o preparo de tendas de pré-triagem;

      •  a área de internação, que normalmente abriga pacientes ambulatoriais, parentes ou visitantes, em situações de emergência devem ter uma configuração flexível para acomodar a equipe médica regular e extra, reduzindo o risco de contaminação dos familiares e garantindo a eles o descanso devido em situações de alto estresse no trabalho. De maneira similar, o espaço pode ser transformado para acomodar pacientes infectados de gravidade mais baixa ou aqueles com necessidade de reabilitação.

       

      5. Foco no usuário

      Estudos sobre projetos com foco no usuário destacam que, durante todas as diferentes fases do processo de planejamento, a atenção deve ser voltada para as necessidades físicas, psicológicas e sociais de todos os usuários para evitar situações de insuficiência no futuro, como as geradas pela COVID-19 ou situações similares de esgotamento funcional, como afirmado por Mosca et al. (2019) Isso é especialmente verdadeiro para os ambientes hospitalares, onde aspectos como acessibilidade, sistema de sinalização e conforto impactam diretamente os mais diversos usuários durante emergências; particularmente, a equipe demonstra níveis de ansiedade, depressão, insônia e estresse mais elevados do que o normal nas instalações hospitalares. Para isso, durante a pandemia, alguns designers conceberam quartos "de recarga" para os hospitais, caracterizados por elementos naturais, ajudam a equipe de saúde a se recuperar de um turno física e mentalmente desgastante. Esses espaços foram projetados para ser customizados de acordo com as necessidades sensoriais dos usuários, como audição, visão e olfato. O quarto traz o espaço externo para dentro dos ambientes do edifício - para criar espaços com natureza em áreas hospitalares sem uso e próximas dos departamentos de tratamento intensivo.

       

       Ilustração 4. Ferramenta SUSThealth desenvolvida pela Politecnico di Milano.

       


      Pesquisas têm demonstrado que observar a natureza pode melhorar o tempo de recuperação do paciente e reduzir os níveis de estresse da equipe de enfermagem (Ulrich et al., 2008; Elf et al., 2020).


      Além disso, estudos fundamentados em evidência revelam que a presença de espaços para o bem-estar físico e psicológico é estratégica para todos os usuários, além de influenciar de maneira positiva o desempenho de trabalho da equipe de saúde. Inclusive, em casos de emergência, tais espaços poderiam garantir áreas para os usuários poderem se recuperar do estresse psicológico e das pressões diárias. Esses espaços podem tanto estar dentro da estrutura - perto de áreas funcionais - ou nas áreas verdes do hospital (como jardins e terraços), preferencialmente com uma variedade de lugares, diversos assentos e pontos de isolamento para garantir a privacidade do usuário.

       

      6. Territorialização da rede de atendimento à saúde para a prevenção e promoção de saúde

      A sinergia entre os serviços territorializados e as organizações de saúde possui papel crucial para a promoção da saúde. Em particular, a adoção do modelo de topologia hub-spoke poderia ser bastante eficiente em casos de grandes emergências, evitando o excesso de fluxo de usuários no hospital graças ao gerenciamento de atendimentos domiciliares ou às unidades de atendimento de baixa a média complexidade (Mauri, 2015).


      A territorialização dos centros comunitários de saúde, alinhada aos serviços de atendimento primário e às atividades de triagem podem assegurar uma melhor gestão dos serviços de baixa a média complexidade, assim como favorecer o uso de diagnósticos inteligentes e o apoio aos pacientes ambulatoriais. Este modelo capilar incentiva o cuidado com a população, reduzindo o número de transferência de pacientes e, consequentemente, a superlotação dos departamentos de emergência, minimizando as contaminações cruzadas oriundas do ambiente hospitalar entre usuários e equipe de saúde. Esses ambientes de saúde devem ser configurados como um eixo integrado entre os profissionais da saúde e os serviços de saúde e sociais. Além disso, o uso e a implementação de dispositivos de saúde para o hospital inteligente, assim como os programas de telemedicina, podem facilmente dar suporte e fortalecer a rede de saúde, além do monitoramento do estado de saúde dos usuários, mesmo no contexto de emergências no sistema de saúde.

       

      7. Segurança do paciente e melhoria da qualidade

      É sabido que organizações de saúde regularmente dão origem a protocolos para o controle de risco e segurança do paciente no ambiente hospitalar. Particularmente, a liderança da saúde precisa reorganizar os comportamentos dos usuários e os protocolos do serviço de saúde para que estejam alinhados com as melhores práticas para o controle da COVID-19. O projeto de hospitais deve propiciar ambientes físicos que possibilitem a quem oferte o serviço agir de maneira profissional, confiável e respeitosa em relação a toda a comunidade.


      O projeto dos estabelecimentos afeta o modo de trabalho das pessoas e quais processos, sistemas e tecnologias serão necessários para suportar o funcionamento de um ambiente de trabalho e aprendizado. É necessário levar em consideração estratégias de projetos cujo propósito seja responder a possíveis emergências e necessidades médicas para garantir a segurança do paciente. Por exemplo, entre elas, muitos estabelecimentos de saúde incluíram indicações visuais para visitantes e usuários para destacar a proximidade de áreas funcionais de risco e áreas de internação de pacientes infectados. Outros adotaram protocolos para transportar dispositivos e materiais de saúde, assim como o lixo hospitalar, por meio de elevadores dedicados para minimizar a contaminação cruzada. Ademais, para garantir a desinfecção regular, alguns hospitais adotaram espaços chamados de "cápsulas" para pacientes com baixa acuidade. Estas foram projetadas para reduzir um possível risco de infecção ao separar o paciente do equipamento a ser limpo, portanto reduzindo a possibilidade de contaminação (Marsilio and Prenestini, 2020). Muitos hospitais adotaram estratégias, como fita adesiva no chão, sinalização e lousas para anotações nas portas com canetas especiais posicionadas intencionalmente. Foram providenciadas estações para ter acesso aos EPIs em posições estratégicas, o que influenciou a maneira como e o local onde a equipe do hospital usa o equipamento. Equipamentos de fácil e imediato acesso visual, estratégias de sinalização e o desenvolvimento de orientações podem ajudar a mitigar a transmissão das infecções ao definir claramente as áreas de risco, criar âncoras mentais para atividades específicas (Jamshidi and Pati, 2020) e, consequentemente, reduzir a fadiga mental e ajudar a alinhar o comportamento com os protocolos a serem seguidos.

       

      8. Climatização e qualidade do ar interno

      É bem sabido que a qualidade do ar interno tem um papel central na prevenção, especialmente em ambientes com usuários vulneráveis. A qualidade do ar depende não apenas do ar externo, mas também da presença interna de fontes emissoras de poluentes que possam afetar sua composição. (Gola et al., 2019). É, portanto, necessário, assegurar trocas adequadas de ar em todos os ambientes hospitalares e, onde possível, ventilação mista.


      Para assegurar uma gestão eficiente em caso de emergências, como epidemias infecciosas, os sistemas de ventilação têm papel fundamental, mas seu funcionamento deve ser capaz de responder a diversas necessidades do serviço de saúde em todas as condições, mas especialmente em emergências, quando o ar pode representar um meio de difusão da infecção (Correia et al., 2020; Li et al., 2007). O sistema de aquecimento, ventilação e ar-condicionado deve ser flexível e ter uma operação capaz de ser modificada em termos de ar usado, de recirculação para sistemas totais, e de pressão, de positiva para negativa. É também estratégico usar materiais inovadores para a manutenção regular e constante, a limpeza e a desinfecção. Consequentemente, novas gerações de sistemas devem ser projetadas com soluções que garantam uma inspeção fácil e a possibilidade de intervenção (Joppolo e Romano, 2017).

       

      9. Materiais de acabamento e móveis inovadores

      As infecções hospitalares têm papel primordial no contexto da gestão da pandemia de COVID. Em sinergia com as atividades de monitoramento e administração de riscos, é necessário introduzir materiais de alta performance, duradouros e fáceis de limpar para reduzir o volume de bactérias (e vírus) nas superfícies de acabamento (van Doremalen et al., 2020), incluindo materiais ecológicos e tintas fotocatalíticas, assim como caracterizadas pelo uso flexível e de alto desempenho. É necessário também investigar e levar em consideração soluções usadas em contextos de emergência, como materiais têxtis laváveis, cuja aplicação pode ser expandida para muitas áreas do serviço de saúde para o distanciamento social e que, caso necessário, possam ser facilmente limpos e trocados, e/ou removidos para garantir a capacidade de adaptação e resiliência dos espaços (Zanelli et al., 2020).


      Além da implementação das melhores práticas de ventilação, os produtos de limpeza devem ser definidos em relação ao material dos móveis e dos acabamentos considerando a característica de cada superfície (Kampf et al., 2020). Ademais, muitos detergentes possuem composição química capazes de matar a carga bacteriana e viral, porém, ao mesmo tempo, podem apresentar compostos orgânicos voláteis tóxicos aos seres humanos e, portanto, exigem atenção quanto à sustentabilidade ambiental.

       

      10. Inovação digital do sistema de saúde

      As novas tecnologias digitais podem dar apoio ao tratamento dos pacientes e processos de cura tanto no hospital como na rede de saúde territorial, mesmo em casos de emergência. De fato, o controle contínuo do estado de saúde e dos sinais vitais por meio de sistemas de TI, como smartphone ou dispositivos portáteis, podem garantir uma melhor gestão da hospitalização e, consequentemente, uma organização eficiente da configuração hospitalar. Além disso, o planejamento modular e a estimativa de ocupação dos leitos de UTI e leitos regulares, tanto no mesmo hospital como na rede hospitalar territorial, podem apoiar o possível direcionamento das ambulâncias para estabelecimentos de saúde mais apropriados. Da mesma forma, o monitoramento constante e o avanço tecnológico permitem o uso remoto de alguns equipamentos médicos eletrônicos, diminuindo os contatos entre os pacientes (infectados) e a equipe hospitalar, garantindo um controle geral e um uso mais eficiente dos recursos.


      Assim como o uso de sensores e dispositivos através da Internet das Coisas permite ao hospital garantir uma experiência para cada usuário, monitorando o grau de conforto e satisfação. Em um future próximo, todos os procedimentos médicos que podem ser tratados remotamente serão levados a cabo por meio de sistemas digitais, e as organizações de saúde também serão capazes de gerir melhor as informações clínicas dos pacientes e, portanto, os usuários sob risco estarão mais protegidos com cursos médicos feitos sob medida. Hoje em dia, mais do que nunca, o sistema digital deve ser integrado às inovações estruturais capazes de permitir acesso aos serviços de saúde mundo afora e em diferentes condições, garantindo segurança para os pacientes e os trabalhadores da área da saúde.


       Ilustração 5. Atendimento rápido, projetado pela Politecnico di Milano.

       


      Perspectivas futuras


      A pandemia da COVID-19 acelerou todos os processos de inovação já em ativação. Da mesma maneira, o hospital, que diante desse processo gradual de desmaterialização e realocação de atividades diagnósticas clínicas "mais suaves", se reafirma como um centro da mais alta especialidade para o tratamento e a cura de pacientes graves, para a pesquisa clínica e experimental de mais alto nível, para diagnósticos e operações mais complexas. Por exemplo, o reconhecimento enfático feito por diversas instituições quanto à resistência antimicrobiana devido ao uso indevido ou excessivo de antibióticos pela medicina e o surgimento de estabelecimentos específicos para o tratamento e a contenção de doenças infecciosas (Lanbeck et al., 2016). A pandemia ressaltou que pode ser muito difícil lidar com uma era pós-antibiótica e que é de crescente importância a construção de ambientes. De fato, devido às altas taxas de disseminação e contaminação da COVID, além da espera necessária até que surjam medicamentos seguros ou vacinas específicas, a contenção da pandemia foi realizada majoritariamente por meio de ferramentas físicas e sociais, como confinamentos e o hábito de lavar as mãos. Os hospitais deverão cada vez mais refletir sobre seu papel de promoção e proteção da saúde, especialmente em relação a seus usuários mais vulneráveis.


      Considerando todas essas questões, é essencial promover ações multidisciplinares e programas de monitoramento para a melhoria da qualidade por meio de ferramentas de avaliação baseadas em evidências para desenvolver um novo projeto para o hospital do futuro próximo. São encorajadas pesquisas multidisciplinares adicionais para validar as estratégias apresentadas nos estudos de caso e contextos empíricos.


      O Decálogo de estratégias se propõe a indicar de maneira breve as estratégias chave a serem consideradas no projeto de novos hospitais resilientes e na ressignificação da funcionalidade das estruturas existentes.


      Agradecimentos


      Agradecemos ao Prof. Paul Barach, à Arq. Erica Isa Mosca e ao Dr. Alessandro Morganti pelo apoio durante a pesquisa e pelas profícuas considerações e sugestões.


      Referências


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      Stefano Capolongo: Professor de projeto hospitalar na Politecnico di Milano (Itália) e diretor do Departmento de Arquitetura, Urbanismo e Engenharia Civil. Atualmente, é coordenador do braço europeu da Academia Internacional para Projeto e Saúde e presidente da seção de saúde urbana da Associação Europeia de Saúde Pública além de coordenar o Laboratório de Projeto e Saúde na Politecnico di Milano. stefano.capolongo@polimi.it


      Andrea Brambilla: Arquiteta e candidata de PhD na Politecnico di Milano (Itália); além disso, participou do programa IDEA League como aluno PhD visitante na Universidade de Tecnologia de Chalmers (Suécia). Participa do Laboratório de Projeto e Saúde na Politecnico di Milano. andrea1.brambilla@polimi.it


      Marco Gola: Arquiteto, PhD e pesquisador bolsista na Politecnico di Milano (Itália). Participa do Laboratório de Projeto e Saúde na Politecnico di Milano e, atualmente, é vice-secretário do CNETO, Centro Nacional para Projeto, Construção e Tecnologia Hospitalar da Itália. marco.gola@polimi.it

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