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Publicações Revista IPH Revista IPH Nº17 Flexibilidade espacial e extensibilidade em hospitais planejados por João Filgueiras Lima Haroldo Pinheiro

Flexibilidade espacial e extensibilidade em hospitais planejados por João Filgueiras Lima Haroldo Pinheiro Haroldo Pinheiro

Resumo


O estudo em detalhe dos múltiplos elementos que constituem a edificação é prática constante no processo projetual do arquiteto João Filgueiras Lima, o Lelé; e a interação lógica entre esses componentes, meta cultivada com aplicada obstinação. A obra que realizou, particularmente na área hospitalar, registra elevado alinhamento dos sistemas construtivas em favor da eficiência da edificação. Neste artigo comento algumas dessas contribuições sob meu próprio ponto de observação, a partir da oportunidade que tive como testemunha, colaborador, ou associado em boa parte dessa produção.

Palavras-chave
joão filgueiras lima, lelé, sistema construtivo, estrutura, instalações técnicas.


Estrutura e infraestrutura


Dos cinco pontos da nova arquitetura, definidos por Le Corbusier, certamente a planta livre foi o que proporcionou maior ganho para os estabelecimentos assistenciais de saúde (EAS) modernos e contemporâneos.

De fato, a desvinculação entre a estrutura e as paredes divisórias e de vedação elevou a longevidade e a eficiência das edificações hospitalares - seja pela facilidade no remanejamento de espaços internos para incorporação de novas tecnologias para diagnóstico e tratamento, ou para ajuste a novas técnicas médicas, ou ainda para expansão ordenada do edifício sem interrupção das atividades médicas no decorrer das obras.

Todavia, para que as edificações adquiram efetiva flexibilidade, é desejável que o planejamento das instalações técnicas ofereça a mesma liberdade proporcionada pela estrutura independente.

No planejamento dos EAS, observamos a estratégia dos arquitetos que alinham ou associam estrutura e instalações - a exemplo das instalações públicas que margeiam vias que estruturam a cidade e as acompanham, desde a expansão urbana planejada, até vias locais secundárias que eventualmente se incorporam ao planejado. Ou tal como as raízes das árvores garantem estabilidade e alimentação progressivas e proporcionais ao crescimento de ramificações frondosas.

 Imagem 01: Expansão do hospital - estrutura e infraestrutura; croquis de João Filgueiras Lima (acervo do autor).


Comento isto para chegar ao arquiteto João da Gama Filgueiras Lima - o Lelé, um dos arquitetos que mais pesquisou e realizou soluções técnicas e construtivas que garantiram flexibilidade e expansibilidade a edificações para programas variados, particularmente em EAS.
 

Iniciação profissional, primeiros EAS


Lelé colou grau no final de 1955 na Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil (atual UFRJ); aperfeiçoou-se em projeto e construção com o arquiteto Aldary Toledo, no Rio de Janeiro, e com Oscar Niemeyer, na experiência de Brasília.

Entre 1962 e 1965, participou do grupo fundador do curso de Arquitetura da Universidade de Brasília, inicialmente como professor de Técnica da Construção, depois como coordenador do curso de pós-graduação e secretário executivo do Centro de Planejamento da UnB (CEPLAN). Desenvolveu e detalhou os projetos de Oscar Niemeyer para o Campus, tais como os prédios do CEPLAN e Instituto de Artes, do Instituto Central de Ciências (ICC, ou "Minhocão") e outros de autoria própria, como os edifícios habitacionais da Colina e os blocos de Serviços Gerais - sempre com soluções pré-fabricadas, industrialmente ou em canteiro, tanto nos de Niemeyer quanto nos seus próprios.

Realizou viagens de estudo sobre pré-fabricação, à Europa Oriental, em 1963; e para aperfeiçoamento em planejamento hospitalar, à Europa Ocidental e EUA, em 1969.

Em 1968 realizou o primeiro projeto hospitalar: o Hospital Regional de Taguatinga (HRT) - antes, havia realizado apenas o projeto para expansão do então Hospital Distrital de Brasília, projeto original de Oscar Niemeyer.

No HRT, associou com êxito os conhecimentos adquiridos sobre pré-fabricação e planejamento hospitalar, conjugando soluções de estrutura e infraestrutura para garantia de flexibilidade e expansibilidade. Conforme o próprio Lelé observou, "o nível de industrialização estabelecido para a construção desse hospital foi bastante ambicioso para a época" (LIMA, 2012).

As "vigas-shed" de concreto do HRT, em "V" assimétrico, são similares às que utilizou no edifício das oficinas Disbrave de automóveis em Brasília (1965) - mas aqui incorporando canaletas acessíveis à base da viga para distribuição de fiações diversas, em substituição aos eletrodutos.

O projeto também apresenta soluções para redução no consumo de energia e uso de ar-condicionado, privilegiando alternativas naturais para redução de carga térmica nas fachadas e para iluminação e ventilação zenitais, assim como para integração paisagística em ambientes internos - soluções que caracterizaram sua atuação profissional desde cedo e sempre.

 Imagem 02: Trecho do anteprojeto para o HRT - fig. 4: terraços das enfermarias, previsão de extensibilidade horizontal; fig 5: montagem das "vigas-shed", com concretagem "in loco" da viga-calha; fig. 6: montagem do bloco vertical de internação - croquis de João Filgueiras Lima (acervo do autor).


Entre 1969 e 1972, como consultor técnico da Fundação Hospitalar do Distrito Federal, coordenou a obra do HRT, primorosamente realizada pelo então jovem engenheiro Joaquim Ferreira Cambraia, e elaborou o anteprojeto para o Hospital de Base de Brasília (HBB) - obra não realizada pelo governo do DF, que optou por "promover" o Hospital Distrital a Hospital de Base (após ampliações e reformas realizadas por um escritório sem vínculo com o autor do projeto original).

 Imagem 03: Trecho do anteprojeto para o HBB - à esquerda, 1ª etapa, com embasamento e uma torre de internação para 600 leitos; à direita, a etapa final, com embasamento ampliado e três torres, totalizando 1.800 leitos - croquis de João Filgueiras Lima (acervo do autor).


O Sarah/DF


Na década dos 1970, inicia exitosa parceria com o médico Aloysio Campos da Paz Jr., então diretor do Centro de Reabilitação Sarah Kubitschek - a princípio para a realização do Hospital do Aparelho Locomotor (o Sarah/DF).

Nesta etapa, além do controle que sempre buscou exercer sobre projetos e respectivas obras, Lelé coordena também o desenho do mobiliário fixo e rodante para o hospital, com a parceria do designer Alex Chacon, vinda dos tempos da UnB.

Mais adiante, na expansão da Rede Sarah de Hospitais, também passaria a conduzir projetos para diversos outros componentes dos edifícios, assumindo amplo e efetivo controle sobre as novas edificações: projeto, construção, colonização, manutenção, avaliação pós uso, 
atualizações e ampliações.

Feita toda essa contextualização, retorno ao tema: se nos projetos iniciais o desenho da estrutura já incorporava o caminho de algumas instalações técnicas, no Sarah/DF observamos um sistema construtivo que integra didaticamente estrutura e instalações.

 
Imagem 04: Sarah/DF - esquema do sistema estrutural básico com trânsito de instalações: acima, corte na viga dupla e vista do pilar duplo; abaixo, planta do teto - croquis de João Filgueiras Lima (acervo do autor).


Neste hospital, lajes de concreto pré-fabricadas nervuradas em "V" simétrico, solidarizadas a vigas duplas ortogonais concretadas no local e sobre pilares também duplos, formam o sistema estrutural do embasamento do hospital - este escalonado em três níveis, para adaptação ao terreno: 0,00m (do acesso principal); -3,65m; e -7,30m.

Na base das nervuras em "V", mantém a incisão para embutimento de canaletas metálicas por onde correm fiações e se fixam luminárias ou equipamentos de som e detecção (solução similar à testada no Hospital de Taguatinga).

No leito superior das lajes nervuradas e das vigas duplas, transitam as instalações hidrossanitárias; e nas "cavernas" inferiores das nervuras se encaixam os girodutos de ar-condicionado (onde necessário).

Entre os pilares duplos, sobem ou descem tubulações vindas das vigas duplas e se encaixam quadros de eletricidade ou de voz e dados, estabelecendo o sistema geral e a disciplina para o trânsito das instalações diversas.

 Imagens 05 e 06: Sarah/DF -lajes nervuradas com canaletas para fiações; vigas e pilares duplos para passagem de instalações diversas (acervo do autor).


No bloco vertical, as oito torres (que servem à circulação vertical e aos ambientes sanitários) sustentam vigas Vierendeel que, por sua vez, recebem as mesmas vigas pré-fabricadas nervuradas, aqui compondo os seis pavimentos do bloco de Internação e residência médica.

 
Imagem 07: Trecho do anteprojeto para o Sarah/DF - à esquerda: lajes nervuradas em "V" - com passagens para instalações hidrossanitárias, ar-condicionado, fiações diversas - compõem lajes, "sheds", pérgulas, jardins suspensos; à direita: montagem do bloco vertical de Internação - croquis de João Filgueiras Lima (acervo do autor).


O trânsito vertical das instalações no bloco de Internação é feito por "shafts" organizados em conjuntos de armários metálicos ordenados e visitáveis, situados nas torres que suportam as vigas Vierendeel, estas posicionadas alternadamente para formação 
das varandas das enfermarias.

Complementam o sistema: uma casa de máquinas para abrigar as unidades "fan+coil" do ar-condicionado, ao lado do Centro Cirúrgico (nível -3,65m); galerias de instalações (nível -7,30m) sob Laboratório e Centro de Imagem; e a galeria principal para distribuição de instalações (nível -10,05m) sob o bloco de Serviços Gerais e centrais de instalações.

A obra foi realizada pelo engenheiro Joaquim Cambraia, o mesmo do HRT, e com igual esmero. Inaugurado em 1980, passou por adaptações e ampliações nestes 40 anos, sem transtornos para as atividades rotineiras do hospital. Essa solução construtiva foi ainda utilizada com aperfeiçoamentos e pequenas variações em outros EAS particulares e públicos planejados pelo escritório João Filgueiras Lima.


A rede Sarah de hospitais


O plano para expansão da rede Sarah de hospitais foi elaborado por uma equipe ampla e especializada, cujo núcleo era formado pelo médico Aloysio Campos da Paz Jr., o economista Eduardo de Mello Kertész e o arquiteto João Filgueiras Lima.

Após o do DF, os próximos hospitais seriam o da Bahia, em Salvador; o do Maranhão, em São Luiz; e o do Paraná, em Curitiba. Projetados em um inovador sistema pré-fabricado leve em argamassa armada, seriam produzidos pela Fábrica de Equipamentos Comunitários (FAEC) da Prefeitura de Salvador, então coordenada por Lelé.

 
Imagem 08: Sarah/BA (1ª versão) - protótipo do sistema industrializado em argamassa armada (na foto, vigas-calhas, telhas, capas de telhas, "sheds" e capas de "sheds", sem os pilares), produzido pelo CTRS para o projeto original - foto: Haroldo Pinheiro (acervo do autor).


Problemas diversos impediram o início das obras em 1988 e o projeto de Salvador só veio a ser retomado em 1991, quando a FAEC já não estava disponível. Sem uma fábrica para produzir tal volume de pré-moldados de argamassa armada, foram estudadas adaptações do projeto original para outros sistemas construtivos.

O hospital de São Luiz foi adaptado para pré-fabricação em concreto armado pelo escritório de um ex-colaborador local, com anuência do autor. O de Salvador foi adaptado pelo meu escritório, também com assentimento do Lelé; e, neste caso, optamos por uma estrutura metálica leve, passível de montagem sobre as galerias subterrâneas industrializadas em argamassa armada, que tinha 70% das peças fabricadas para o projeto anterior e estavam disponíveis.

A versatilidade da estrutura metálica e sua vinculação às galerias originais tornou efetiva a associação técnica e econômica entre estrutura e instalações, como planejadas na proposta original.

O projeto - de planta horizontal, em dois níveis para adaptação ao terreno - previa uma ampla rede de galerias sob a edificação. Essa quantidade de corredores técnicos foi viabilizada economicamente pelo processo construtivo idealizado por Lelé: peças em argamassa armada muito leves, com pouco consumo de material (painéis com espessura de 2,5cm) e montagem manual.

Afora o processo construtivo, a tripla função planejada para as galerias também contribuiu para sua viabilização: (1) como sistema de ventilação e climatização; (2) como pavimento técnico para instalações e manutenção; e (3) como fundações para a edificação.

 Imagem 09: Sarah/BA - sistema de ventilação natural e forçada: abaixo, planta de das galerias (trecho); acima, corte longitudinal na galeria e na estrutura superior com cobertura em "shed" - croquis de João Filgueiras Lima (acervo do autor).


(1) As galerias são voltadas para os ventos dominantes e dispõem de exaustores de baixa rotação acionados automaticamente quando há redução na velocidade da brisa; aspersores d'água em recirculação servem para a filtragem de partículas suspensas no ar e para redução de sua temperatura; captores em concha dirigem o ar para armários com difusores que injetam o ar nos ambientes superiores que não exigem controle rigoroso de temperatura; e a tiragem do ar é feita pelos "sheds", por convecção e sucção.

(2) As instalações limpas são distribuídas nos tetos e em uma das laterais da galeria, mantendo passagem livre para pessoal de manutenção; as instalações de esgoto sanitário transitam externamente à galeria, visitáveis por janelas laterais fechadas hermeticamente; nos locais em que os ambientes superiores requerem ar-condicionado, são montadas casas de máquinas anexas às galerias (com os mesmos painéis) para abrigo das unidades "fan+coil".

 Imagem 10: Sarah/CE - corte transversal na galeria de instalações/ventilação/fundações, com nova estrutura metálica - croquis: João Filgueiras Lima (acervo do autor).


(3) Os tetos das galerias têm receptáculos para os pilares tubulares de aço (também passagens de águas pluviais) e os painéis verticais laterais são montados sobre "radier" corrido.
 
Imagem 11: Sarah/BA - rede de galerias, com esperas para montagem dos pilares tubulares - foto: Haroldo Pinheiro (acervo do autor).


Dispostas sob os diversos ambientes, as galerias permitem reorganizar as instalações conforme novas necessidades. As tubulações diversas sobem pelos vazios das divisórias pré-fabricadas em argamassa armada (dois painéis, com planta em "U", contrapostos, com modulação horizontal de 0,625m) ou por armários técnicos (eletricidade, voz e dados, hidrantes etc.) que substituem módulos da divisória 
quando necessário.

 Imagem 12: Sarah/CE - planta das divisórias de argamassa armada: espessura do painel = 2,5cm; largura total montada = 25cm - desenho: escritório Haroldo Pinheiro (acervo do autor).


As fiações atingem a estrutura metálica da cobertura e passam a transitar horizontalmente por canaletas formadas nas vigas duplas de aço (em "U" enrijecido, deitado) e nas vigotas de amarração ortogonais (estas desenhadas em "U" enrijecido, justapostas pelas paredes). Luminárias, alto falantes, ventiladores, detectores e outros elementos se acoplam às vigas duplas ou às vigas de amarração.

 Imagem 13: Sarah/BA - montagem das vigas longitudinais duplas e vigotas transversais de amarração e travamento - foto: Haroldo Pinheiro (acervo do autor).


As vigas duplas abrigam calhas de aço inoxidável para captação das águas pluviais, que descem pelos pilares tubulares e seguem pelas galerias para reaproveitamento.


 Imagem 14: Sarah/CE - detalhe da viga dupla, canaletas inferiores para fiações (corte transversal) - desenho: escritório Haroldo Pinheiro (acervo do autor).


Os arcos da cobertura servem para passagem dos dutos de ar-condicionado, sempre que necessário (Centro Cirúrgico, Imagenologia, Laboratórios, Auditório).

No restante do hospital, nos ambientes em que não há exigência técnica de ar-condicionado, a cobertura fechada é substituída por "sheds" que proporcionam iluminação natural e o citado fluxo vertical de ventilação resfriada, desde as galerias, em substituição à ventilação cruzada.

 Imagem 15: Sarah/BA - vigas duplas com luminárias acopladas, vigas de amarração e cobertura em fase de montagem: primeiro plano com "shed"; ao fundo, sem "shed" (para varandas e locais climatizados) - foto: Haroldo Pinheiro (acervo do autor).


Após a realização do Sarah/BA, Lelé planejou e implantou o Centro de Tecnologia da Rede Sarah (CTRS), também em Salvador, e em vinte anos produziu e montou hospitais e outras edificações públicas; equipamentos urbanos (passarelas, sistemas de arrimo e contenção de encostas, mobiliário urbano); mobiliário hospitalar fixo e rodante; e outros equipamentos para as edificações projetadas e realizadas pelo CTRS (elevadores, eclusas, ventiladores/exaustores, luminárias, alto-falantes, "brise-soleil" com movimentação automática, coberturas retráteis).

A solução estudada para Salvador, apesar de ter sido uma adaptação do projeto originalmente projetado para industrialização em argamassa armada, funcionou bem e evoluiu, acolhendo variações necessárias para adaptação a outras características dos locais de implantação, como topografia, dimensões dos lotes, condições climáticas.

Foram fabricados hospitais para Belo Horizonte e Fortaleza e ampliações para o DF, também sob coordenação do meu escritório, e outros para Belém, Brasília/Lago Norte, Macapá e Rio de Janeiro. Foram ainda projetados mais dois no mesmo sistema, para Pernambuco e Rio Grande do Norte, ainda não realizados.

O hospital do Rio de Janeiro (Sarah/RJ), fabricado pelo CTRS e montado com esmero pela arquiteta Adriana Rabello Filgueiras Lima, foi o último EAS projetado por Lelé.

   
Imagem16: Sarah/RJ - vista aérea e croquis de João Filgueiras Lima (acervo do autor).


Não o incluo na sequência deste breve artigo propositadamente, pois o considero um capítulo muito especial e diferenciado na evolução da obra de João Filgueiras Lima - certamente merece um artigo específico.

Referência


LIMA, João Filgueiras. Arquitetura: uma experiência na área da saúde. São Paulo: Romano Guerra Editora, 2012. 336p.

Sobre o autor

Haroldo Pinheiro Villar de Queiroz, arquiteto pelo Instituto de Artes e Arquitetura da Universidade de Brasília (IAA/UnB, 1980). Colaborador e associado do arquiteto João Filgueiras Lima (1976/2014). Consultor Técnico da Associação das Pioneiras Sociais / Rede Sarah de Hospitais (1988/98). 1º colocado no Concurso Público de Arquitetura para o Hospital Regional do Guará/DF (1989). Presidente nacional do IAB (2000/04). Presidente fundador do CAU/BR (2011/17).


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