IPH - Instituto de Pesquisas Hospitalares

Publicações Revista IPH Revista IPH Nº 12: Anais Entrevista com o Presidente do 38º Congresso

Revista IPH Nº 12
Entrevista com o Presidente do 38º Congresso Paulo Roberto Segatelli Câmara
IPH - Como parte do 38º Congresso Brasileiro de Administração Hospitalar e Gestão em Saúde, o IPH entrevista o Sr. Paulo Câmara, presidente do Congresso, sobre a sua visão sobre o evento e as propostas da Federação Brasileira de Administradores Hospitalares. 

Paulo Câmara - Primeiro eu gostaria de agradecer a vocês do Instituto de Pesquisas Hospitalares Arquiteto Jarbas Karman, que sempre nos deu a honra e a participação em vários eventos da Federação, parceiro de longa data. Registro aqui nosso agradecimento de toda Diretoria da Federação nessa participação tão importante dessa entidade que sempre representou o que somos hoje, que é o profissionalismo na gestão de saúde deste país. O IPH sempre pensou nisso e nós continuamos esse projeto dentro da Federação, que é a profissionalização da saúde em todos os termos, em todas as áreas da gestão, seja arquitetura, gestão, médica, de enfermagem. Este ano nós estamos com um tema, que sob o meu ponto de vista, é muito interessante: Saúde Integral. 

Pensar a Saúde Integral é muito mais amplo do que pensar a saúde de hospitais. Nós estamos propondo reflexões sobre o meio ambiente, o tratamento de água, o reaproveitamento, a reutilização de água que nós estamos tão carentes, principalmente aqui na nossa cidade de São Paulo, na poluição, nos transportes, nos meios de locomoção da população brasileira. Hoje, os nossos funcionários da área da saúde, e outros também, perdem duas ou três horas no trânsito e isso gera um desgaste na saúde da pessoa. Trabalhar uma alimentação melhor, uma alimentação mais adequada, quer dizer que nós estamos pensando em Saúde Integral, uma coisa muito ampla para a população. Nós achamos que só vamos resolver a saúde se a gente pensar a saúde nesse sentido amplo. Com tratamento de água adequado, tratamento de esgoto. Porque se você não fizer isso, nós não vamos ter saúde e vai ser muito difícil segurar os custos para fazer tratamentos se nós não fizermos essas prevenções nesse início. Por isso, Saúde Integral. Então nosso início é Saúde Integral: Planejar para atender. Planejar. No nosso ponto de vista, nós temos que melhorar muito o planejamento de saúde no país, temos que aproveitar melhor os recursos, praticamente você não vê nenhuma estrutura de saúde trabalhando em rede, hoje, cada entidade de saúde, no meu ponto de vista, trabalha de forma independente, ela não tem ligações com outras unidades de saúde. E para que o sistema de saúde comece a funcionar em nosso país e em outros também, é preciso pensar em trabalho em rede, toda a rede de saúde se conectando, uma encaminhando e reencaminhando para outra, para que a gente possa atender bem a nossa população.

Hoje, por exemplo, muitas vezes uma pessoa procura uma unidade de saúde, mas depois ela não consegue dar continuidade ao seu tratamento porque não há essa conexão, esse trabalho em rede, e todo o trabalho fica prejudicado. Consequentemente, não há o término no tratamento dessa pessoa, ou seja, na reabilitação, ou seja, no diagnóstico. Ela só tem a primeira consulta, muitas vezes só emergência, muitas vezes ela busca a emergência erroneamente por não ter acesso às unidades de saúde. É por isso que nós pensamos em planejar para atender, porque também achamos que a nossa população não está sendo bem atendida. Hoje, ela fica em filas de anos para fazer uma cirurgia de hérnia, o idoso fica anos e anos na fila para fazer uma cirurgia de catarata. A gente vê maternidades superlotadas, mães dando à luz em ambulâncias, recepções, então eu acho que nós temos que repensar, replanejar, planejar a saúde para poder atender a população brasileira que, em minha opinião, ainda está muito mal atendida em praticamente todas as regiões do nosso país - apesar de já termos evoluído bastante. Eu viajo muito, conheço muitos lugares, muitas unidades de saúde, públicas e privadas, UPAS, UBS, e eu vejo que as dificuldades estão em praticamente todos os Estados do Brasil.
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