IPH - Instituto de Pesquisas Hospitalares

Publicações Revista IPH Revista IPH Nº 12: Anais Entrevista com Santiago Venegas - Red de Clínicas Regionales - Santiago - Chile

Revista IPH Nº 12
Entrevista com Santiago Venegas - Red de Clínicas Regionales - Santiago - Chile Santiago Venegas
IPH - Gostaria de saber como o senhor, que vem do Chile, está vendo este Congresso, a saúde no Brasil, a saúde brasileira? E o que está achando das discussões em geral que estão sendo apresentadas?

Santiago Venegas - Eu tenho a sorte de conhecer a Hospitalar há 10 anos. Eu venho, praticamente, cada ano como palestrante para discutir diferentes tópicos na gestão de saúde. Tanto a Federação quanto a Hospitalar, todos os anos, apresentam grande desenvolvimento. É impressionante o tamanho e a magnitude da Hospitalar e é muito gratificante participar da Federação Brasileira de Administradores Hospitalares e do Congresso, porque é um Congresso muito bem organizado, com tópicos muito relevantes da gestão hospitalar atual e as questões que mais interessam aos administradores. Os problemas são similares no Chile. No Brasil, os tamanhos é que são distintos. Nós temos cerca de 300 hospitais públicos e privados, vocês, aqui, algumas pessoas falam em 5.500, outras pessoas falam em 7.000. Então, para nós, é muita aprendizagem poder participar ano a ano com a Federação no Congresso e na Hospitalar.

IPH - Como o senhor vê essa última palestra a que assistimos em que se falou muito de mudança de paradigmas; de mudar a atenção do hospital para a atenção primária, a atenção básica; que muitos governos se preocupam em construir hospitais e com as especialidades e se esquecem um pouco do primeiro atendimento, da saúde da família, da saúde das crianças. Como o senhor vê isso no Chile como uma proposta até de desafogar os hospitais que acabam por atender a todas as demandas?

Santiago Venegas - Acho isso muito relevante, muito importante, definir o foco correto do modelo de atenção contínua das pessoas, dos pacientes. No Chile, 70% da demanda da atenção da saúde são de atenção de baixa complexidade, atenção primária, 70%; 23% são de atenção de média complexidade, e só 5 a 8% são de alta complexidade, portanto, precisamos ter um foco na operação em todas as unidades, principalmente na atenção primária. Agora, uma questão que aprendi em todos esses anos é que um hospital não se sustenta por si mesmo se não é parte de uma rede. Um hospital, sobretudo, um hospital de alta complexidade, tem que estar vinculado, conectado, permanentemente com um modelo de encaminhamento e retorno com as unidades de atenção de média e baixa complexidade. Isso é fundamental para o sucesso do hospital e para o desenvolvimento e incorporação de conhecimento e fluxo assistencial.
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