IPH - Instituto de Pesquisas Hospitalares

Publicações Revista IPH Revista IPH Nº20 Avaliação da alocação das atividades aplicadas a um pronto-socorro hospitalar adulto: uma análise comparada com os achados de Avaliação Pós-Ocupação

Avaliação da alocação das atividades aplicadas a um pronto-socorro hospitalar adulto: uma análise comparada com os achados de Avaliação Pós-Ocupação Lucas Melchiori Pereira - Sheila Walbe Ornstein

Resumo

 

A resposta à emergência pandêmica em Estabelecimentos de Assistência à Saúde fomentou uma discussão sobre o impacto das condições das instalações de saúde para os serviços de pronto socorro-hospitalar. Essa questão evidenciou a importância de se desenvolver meios para compreender e melhorar a relação entre as atividades realizadas por agentes de saúde e os ambientes que as acomodam. O presente estudo discute uma análise comparativa entre os resultados obtidos com um método de mapeamento de alocação de atividades de uma organização de trabalho onde está sediada, chamado Mapeamento da Alocação de Espaços e Atividades (MAEA), e os resultados de uma Avaliação PósOcupação (APO), ambos aplicados ao serviço de pronto-socorro do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (HU-USP). O MAEA foi desenvolvido em uma pesquisa de pós-doutorado da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAUUSP) e levou em consideração que a APO conta com procedimentos consolidados de aferição. O artigo apresenta exemplos de como o mapa obtido com o MAEA foi comparado pelos pesquisadores com os achados da APO, demonstrando empiricamente como interpretar as evidências processadas pelo método em desenvolvimento. Confirmouse a ocorrência de correlações mapeadas pelo método e pela APO, o que indica que o mapa de relações entre processos e ambientes de uma organização resultante oferece um subsídio à projetistas e gestores prediais para decidir sobre a manutenção de uma situação, um rearranjo espacial pontual ou a realização de um projeto para novas instalações.


Palavras-chave: congruência organizacional, Estabelecimento de Assistência à Saúde, avaliação pré-projeto.


Introdução


A necessidade de adequar o ambiente construído (AC) aos serviços de atendimento à saúde (SAS) não é um problema recente (Elf et al., 2020). É um tema recorrente em estudos de avaliação da funcionalidade do edifício associados à Avaliação Pós-Ocupação (APO). Todavia, a pandemia de 2020 reforçou a importância de estabelecer com celeridade novos parâmetros sanitários dos SAS (Lesan et al., 2021). Isso evidenciou a importância de se desenvolver métodos de avaliação expedita (Watkins; Keller, 2008) para subsidiar com evidências a tomada de decisão sobre a alocação de atividades em Estabelecimentos Assistenciais à Saúde (EAS).


As representações das atividades de um processo complexo, como o atendimento de emergência em prontos-socorros hospitalares e demais serviços de saúde, usualmente empregam abstrações como organogramas e fluxogramas (Gayer et al., 2020). Na prática, porém, essas atividades dependem das interações entre os agentes e os ambientes onde ocorrem. Assim, é vantajoso alinhar o fluxo de atividades aos ambientes onde são alocadas (Brambilla et al., 2022; Sasanfar; Bagherpour; Moatari-Kazerouni, 2021). Esse alinhamento é identificado como um tipo de congruência organizacional, em que se avalia a correspondência entre dois domínios da organização ligados ao processo e ao ambiente (Pereira et al., 2023). A formulação de um arranjo organizacional congruente depende de métodos de avaliação que subsidiem um projeto baseado em evidências (PBE) (Watkins; Keller, 2008). O objetivo deste estudo, desenvolvido em um pós-doutorado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), é discutir os resultados de um método de avaliação pré-projeto (APP) baseado em programação, denominado Mapeamento da Alocação de Espaços e Atividades (MAEA), comparando-os aos resultados de procedimentos de avaliação pósocupação (APO) aplicados a um mesmo caso: a organização do prontosocorro (PS) do Hospital Universitário de São Paulo (HU-USP), localizado no Campus Butantã, município de São Paulo, SP. Os resultados deste trabalho oferecem três contribuições significativas: (1) demonstram a aplicação do método em um caso real, analisando seu potencial e suas limitações; (2) apresentam uma avaliação estruturada e rastreável entre um ambiente existente e as atividades nele desenvolvidas; e (3) permitem aprimorar o programa de necessidades (pré-projeto) de ambientes complexos como os observados no campo da saúde.


Conceito e contextualização da relação entre PBE e APP


Nas duas últimas décadas, a adoção de práticas de projeto baseado em evidência (PBE) tem se intensificado em empreendimentos de instalações de saúde (Pereira; Ornstein, 2023). Esse movimento parte de experiências bem-sucedidas na área da saúde, que foi a inspiração para utilizar evidências de pesquisa no processo decisório (Phiri; Chen, 2014). A medicina baseada em evidências visa reduzir a incerteza e a carga de decisão que médicos vivenciam (Vischer, 2009). Tal abordagem foi rapidamente incorporada por outras áreas que lidam com decisões multivariáveis, com impacto sobre as condições de vida das pessoas e a economia das organizações de trabalho e outras formas de organização social. Uma análise das experiências de PBE mostrou que parte significativa das evidências utilizadas nesses casos tem origem em APOs (Pereira; Ornstein, 2023). Isso se deve ao processo consolidado de APO, realizado de forma sistemática e rigorosa em edificações construídas e ocupadas há pelo menos seis meses (Cranz et al., 2021). No Brasil, convencionouse um prazo de 12 meses para incluir as quatro estações do ano e a consolidação do empreendimento e a vizinhança pelos usuários (Ono et al., 2018). São evidências fortes sobre o desempenho social de um edifício, ligadas à percepção das pessoas que o utilizam acerca de requisitos funcionais, como conforto térmico e lumínico, ventilação, qualidade do ar, flexibilidade, condições de operação e de manutenção etc. (Cranz et al., 2021; Ornstein; Ono, 2010; Shin et al., 2017).


Além de razões metodológicas, o uso de resultados de APO tem relação ao volume de dados cumulados, já que as primeiras APOs internacionais são do final da década de 1960 e, a partir da década de 1980, seus achados passaram a apoiar as tomadas de decisão no processo de projeto e no gerenciamento predial. Desde então, destacaram-se três críticas aos resultados alcançados com APOs: (1) foco excessivo na experiência e percepção do usuário, negligenciando evidências objetivas com critérios de desempenho predeterminados (Vischer, 2009); (2) dificuldade em assimilar as avaliações dos edifícios em uso em outras pesquisas, projetos e aquisições, devido à subjetividade dos achados vinculados aos usuários de um contexto específico (Hadjri; Crozier, 2009; Joseph et al., 2014); (3) a avaliação ocorre tarde demais para impactar a realidade do caso analisado (Shin et al., 2017).


Essas críticas foram respondidas de duas formas: a primeira foi o desenvolvimento de métodos de avaliação do desempenho de edifícios (ADE), que empregam critérios mais objetivos, comparáveis e auditáveis sobre as instalações do edifício (Preiser; Hardy; Schramm, 2018; Watkins; Keller, 2008); a segunda abordagem buscou suprir a demanda por avaliações pré-ocupação (APrO), realizadas de forma rápida, antes da ocupação (Davoodi et al., 2017; Shin et al., 2017). Tanto os estudos de APrO como os de ADE evidenciaram a importância de realizar uma avaliação anterior à construção, isto é, antes e durante o projeto (Pereira; Ornstein, 2023; Shin et al., 2017). É neste contexto que são desenvolvidos métodos de avaliação de projeto baseados em desempenho (PBD) e de avaliação pré-projeto (APP).


Estratégias de avaliação pré-projeto Além dos parâmetros normativos e legais que orientam e determinam atributos esperados em um EAS, observa-se a necessidade de recursos adicionais para contextualizar e avaliar individualmente o planejamento de um projeto (Saha; Haymaker; Shelden, 2020; Welch, 2012). Tais avaliações podem se basear em indicadores-chave e empregar técnicas analíticas, simulações e modelagem estatística (Vanbrabant et al., 2019). A opção por uma dessas abordagens depende da complexidade do modelo analisado e da capacidade de processamento, além da habilidade dos profissionais envolvidos na avaliação (Welch, 2012). Assim, embora modelos de simulação sejam mais fidedignos ao emular sistemas reais mediante a incorporação de eventos discretos e dinâmicos (Mohiuddin et al., 2017), seu uso requer recursos computacionais e competências ainda escassos para a maioria dos empreendimentos no Brasil. Algo semelhante acontece com modelos estatísticos do fluxo e de alocação das atividades de SAS (Pereira; Ornstein, 2023), em que a falta de dados detalhados dificulta a modelagem de cenários estatisticamente válidos e úteis (Demirdö?en; I??k; Arayici, 2022).


Os modelos analíticos são métodos que oferecem soluções simples e eficientes para simular sistemas bem-determinados, mesmo com poucos dados (Vanbrabant et al., 2019). São úteis em situações como a do presente estudo, em que é preciso avaliar rapidamente um arranjo de atividades em um ambiente. Um modelo analítico amplamente utilizado em análises como esta é a matriz de estruturas de dependência (MED) (Sinha et al., 2012). As MEDs permitem descrever matematicamente, em uma matriz, as relações existentes entre entidades de um sistema. Por exemplo, permitem descrever se as relações entre as atividades em um processo são seriais, paralelas ou circulares/iterativas (Unger; Eppinger, 2011). Já foi empregado para avaliar as condições de adaptabilidade (Schmidt; Vibaek; Austin, 2014), prolongar a vida útil de edifícios (Cao et al., 2018) e melhorar o fluxo de informações (Pekta?; Pultar, 2006). Em situações em que mais de um sistema é mapeado, é possível relacionar os diferentes domínios descritos em cada MED em uma matriz de mapeamento de Domínio (MMD) (Sosa, 2007). É uma matriz que relaciona entidades de diferentes domínios, isto é, de MEDs que tratam dois sistemas distintos e dependentes. Esse arranjo multi-matricial (Pereira et al., 2023) é a base do método/software avaliado no presente estudo. 


Método


O desenvolvimento de um PBD permite a melhoria das decisões de projeto tanto para ambientes em concepção como para aqueles existentes e em uso (Elf et al., 2020). Tal estratégia não está vinculada ao estágio inicial do ciclo de vida da edificação (CVE) (Bueno; Pereira; Fabricio, 2018; Pereira; Ornstein, 2023), e sim é um recurso a ser empregado em todo o ciclo quando for preciso ou desejado encontrar soluções de problemas ou melhorias para uma situação existente (Pereira; Ornstein, 2023). O método MAEA foi desenvolvido para apoiar a decisão de gerenciamento predial e início do projeto, enquadrando-se como um método de APP. Os dados levantados são complementados com análises documentais, observação in-loco, entrevistas e medições. A abordagem multimétodos é empregada para confirmar e complementar os dados de congruência mapeados com MAEA, conforme é delineado na Figura 1.




As atividades previstas no delineamento da pesquisa (Figura 1) envolvendo humanos foram aprovadas em 26 de março de 2021 pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do HU/USP (Registro 05.508-000), identificado pelo Certificado de Apresentação de Apreciação Ética (CAAE) no 44679021.0.0000.0076. Os procedimentos empregados são descritos a seguir. Todos os registros produzidos estão em posse dos pesquisadores responsáveis pela pesquisa e preservados para garantir a rastreabilidade das análises. Todavia, o acesso aos registros obtidos diretamente de terceiros envolvidos na coleta das informações é restrito aos pesquisadores, a fim de preservar a impessoalidade dos dados utilizados na discussão.

 

Instrumento de Mapeamento da Alocação de Espaços e Atividades (MAEA)


O Mapeamento da Alocação de Espaços e Atividades, identificado como MAEA, é um método de identificação das relações entre dois domínios de uma organização para evidenciar a correspondência entre eles. No presente estudo, mapeou-se a alocação das atividades do pronto-socorro adulto (PSA) nos ambientes de um EAS, a fim de fornecer evidências sobre as condições de fluxos de trabalho. A aplicação do método se baseia em um software homônimo atualmente em desenvolvimento avançado. Os fundamentos do processamento realizado no software são detalhados no artigo de Pereira et al. (2023). Fundamentalmente, o software solicita a inserção de informações básicas sobre a estrutura da organização, do processo e do ambiente, tais como nome das funções, atividades e ambientes, e quais são as relações conhecidas entre os itens informados. Cada entrada é considerada uma entidade de um domínio da organização. O método permite relacionar entidades de um mesmo domínio ou de domínios diferentes. As relações entre entidades podem ser binárias ou numéricas. Por exemplo, as relações entre atividades são binárias: duas atividades, A e B, são paralelas e independentes se não há relação entre elas (Figura 2, a); se B depender de algum resultado de A (Figura 2, b), existe uma relação sequencial; caso haja dependência mútua entre A e B, estas apresentam uma relação cíclica (Figura 2, c). Essas relações apenas indicam a existência de uma influência, sem lhe atribuir um peso. 



As relações entre entidades do processo e do ambiente são numéricas, em que é atribuído um peso para diferentes situações (Figura 3). No caso, foram definidos três pesos: ?3? indica que o ambiente X é o local da ação final da atividade A; ?2? indica que o ambiente Y é o local onde alguma ação ocorre como meio para viabilizar a atividade A; ?1? indica o caminho percorrido pelo responsável pela atividade A. 



Outra estrutura de relações que pode empregar pesos são as relações entre ambientes, com a indicação variável do tamanho e das distâncias. Inserir manualmente tais indicações pode ser bastante oneroso e desgastante. Para solucionar isso, foram implantados recursos de reconhecimento de ambientes por meio de imagens de plantas arquitetônicas dos pavimentos. No entanto, o resultado desse recurso ainda não foi testado e, por isso, não consta no caso apresentado. Por isso, as relações entre ambientes são binárias neste estudo. Após a inserção e o processamento dos dados, os resultados mostram uma matriz que indica os pontos congruentes, os pontos em que a condição de congruência não foi atendida e os pontos em que a relação registrada entre duas entidades não foi reconhecida pelo processamento. Quanto mais próxima da complexidade das relações reais, mais a condição de congruência dos dados condiz com a congruência da organização real. Com tais evidências, houve um trabalho de análise e de complementação dos dados, abordado na discussão dos resultados. 


Análise documental


Arquivos em formato DWG e PDF, contendo as pranchas dos projetos arquitetônicos e complementares originais do estabelecimento, datadas de 1975, bem como os registros de intervenções pontuais e um as-Built da situação do edifício que foi realizado em 2005, foram fornecidos pela Superintendência do Espaço Físico (SEF HU-USP). Tais documentos foram analisados a fim de reconhecer a progressão das alterações espaciais do edifício em uso. Para tanto, foram realizadas visitas técnicas com o objetivo de confirmar a adequação dos registros existentes mais recentes e atualizar as plantas com alterações físicas e de ocupação de ambientes não documentadas.


Os arquivos recebidos foram processados para preparar os recursos gráficos utilizados nos demais procedimentos de pesquisa e na divulgação dos resultados.


Entrevistas semiestruturadas


As entrevistas semiestruturadas foram preparadas com o objetivo de direcionar a coleta de informações sobre as funções e atividades ligadas aos serviços de pronto-socorro da EAS. Foram redigidos três roteiros de entrevistas para diferentes tipos de funções ligadas ao PSA: atendimento à saúde, apoio ao atendimento, manutenção e administração/recepção do público. Cada roteiro aborda os cinco tópicos indicados no Quadro 1. 



As entrevistas utilizadas para coleta de informações ocorreram entre junho e outubro de 2022. Foram utilizados os resultados de 13 entrevistas que descreviam as atividades ligadas direta e indiretamente ao PSA, não se analisando nessa etapa as entrevistas relativas a outros setores do HU. Foram entrevistados profissionais que ocupavam uma função de chefia diretamente responsável pela operacionalização das atividades (Quadro 2). Assim, foi possível articular a atribuição de diferentes funcionários de um setor sem a necessidade de entrevistar todo corpo profissional envolvido.



As entrevistas foram realizadas de forma presencial e remota. Nas entrevistas presenciais, os protocolos de segurança sanitária foram seguidos nos ambientes do EAS. Os recursos do Quadro 1 foram utilizados para registrar as informações relatadas. O áudio das entrevistas foi gravado e preservado sob guarda do pesquisador. As entrevistas remotas foram realizadas por meio de videoconferências gravadas. Nelas, o entrevistador compartilhou sua tela com o entrevistado e preencheu as tabelas e mapas diretamente em softwares de imagem e planilha, seguindo as orientações do entrevistado. Os dados referentes ao registro dos processos foram documentados em listas e tabelas que alimentaram o banco de dados do MAEA. Os registros em plantas também foram pós-processados de forma a oferecer um registro gráfico aos pesquisadores para conferência dos resultados e análises complementares.


Acompanhar usuário - walkthrough


A fim de confirmar os registros feitos em entrevistas e ampliar a compreensão das dinâmicas de funcionamento do PS do HU-USP, os pesquisadores realizaram algumas caminhadas acompanhadas pelo edifício.

As caminhadas por circulações, realizadas com transeuntes de diferentes funções, teve por objetivo observar as opções de caminho e de acesso ao PS, porém não correspondem a uma quantidade amostral dos fluxos, e sim a observações pontuais diretas dos pesquisadores de campo. Os caminhos foram documentados em planta impressa, durante a realização dos percursos, com auxílio de pranchetas A3 (tamanho 297 x 420 mm). Também foram realizadas duas caminhadas com profissional de chefia, documentadas com fotos e vídeos que ilustraram as observações realizadas pelos profissionais que acompanhavam os pesquisadores. Tais registros foram realizados evitando-se pessoas e reconhecimentos faciais de transeuntes.


Quantificação de fluxos em circulações


Dois pesquisadores realizaram um levantamento amostral do fluxo de pessoas que transitam pelos corredores próximos e acessos ao PSA com objetivo de quantificar o fluxo nas circulações da EAS. Foram computadas a passagem de pessoas sozinhas ou em macas, cadeiras de rodas, entre outros tipos de maquinário, de material e de resíduos.


Caracterização do caso de estudo


O PS é um setor vital e complexo para qualquer EAS (Brambilla et al., 2022), pois corresponde a uma ?porta de entrada? de cuidados primários, por onde entram muitos dos pacientes que são internados em um hospital (Morgareidge; CAI; JIA, 2014). Problemas de fluxo inadequado de agentes, pacientes e acompanhantes dentro do PS podem impactar as funções de todo o EAS e dificultar a prestação dos serviços de saúde (Sasanfar; Bagherpour; Moatari-Kazerouni, 2021).


O Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (HU-USP) está localizado no campus Butantã, cidade de São Paulo. Foi idealizado em 1966 e, hoje, congrega atividades de ensino e pesquisa em diferentes áreas da saúde, ligadas à medicina, à enfermagem, à odontologia, à nutrição, à psicologia, à fisioterapia, à terapia ocupacional, à fonoaudiologia, às ciências farmacêuticas e ao serviço social (Margarido, 2021). A instituição integra o Sistema Único de Saúde (SUS) como um centro de atenção terciária à saúde (BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006) que assiste a comunidade da universidade e a população da cidade (Figura 4). Possui um PSA e um pronto-socorro infantil (PSI), ambos já apresentam frequentes casos de superlotação das instalações disponíveis (Roman, 2010).




O edifício é composto por um pavimento de serviço, identificado como segundo subsolo; um pavimento que acomoda os PSs, ambulatórios e exames, identificado como primeiro subsolo; e um pavimento administrativo no térreo (Figura 5), além de outros pavimentos não abordados neste estudo, pois o foco do mapeamento realizado nas atividades do PSA são apenas os três pavimentos do embasamento.



Discussão dos resultados


O mapeamento indicou baixa congruência entre a alocação do PSA e os serviços de apoio ao atendimento emergencial. Foram identificados conflitos entre as ocupações de espaços contíguos dentro do setor de PSA. Os casos apontados no mapa foram analisados um a um, confrontandoos com os achados por meio dos métodos de APO empregados no mesmo caso. Alguns são apresentados a seguir para demonstrar o desenvolvimento da análise de conferência dos resultados.


Congruência organizacional do ambiente do PSA


Um ponto de incongruência ambiental mapeado, e confirmado pelas observações, está na localização da sala de observação junto ao acesso principal do PSA. O instrumento indicou que essa relação não era justificada (Figura 6, a) e as entrevistas, a quantificação de fluxo e a observação direta confirmaram que essa localização ocasiona conflitos de fluxo e exposição dos pacientes à dinâmica de socorro, aumentando-lhes o estresse e a sensação de insegurança.



Outro ponto que o processamento evidenciou é o acesso à sala de isolamento pela sala de observação (Figura 6, b). Esse arranjo espacial é uma preocupação constante (planta do PSA, Figura 5), pois aumenta o risco de contaminação mesmo em uma situação em que a pressão negativa funcione. Algumas relações entre ambientes e a circulação de acesso não foram reconhecidas (Figura 6, c), possivelmente devido ao fato de o levantamento não registrar todos os passos realizados em uma atividade. Uma solução para essa situação é abordada na indicação de desenvolvimento futuro, mais à frente.


Congruência organizacional do processo


Outra conferência realizada está associada à congruência do processo com o ambiente, em que uma matriz que relaciona as atividades evidencia a ocorrência de interações decorrentes do ambiente em que são alocadas. Os casos destacados se concentram nos serviços de enfermagem do PSA e em suas principais interações com outros serviços (Figura 7).



Os serviços de enfermagem são realizados pela enfermeira-chefe, enfermeiras e assistentes de enfermagem. Suas atividades iniciais são predominantemente sequenciais e têm pouco impacto sobre as demais atividades do PSA (Figura 7, a). No início, uma pequena relação circular entre a reunião com os funcionários do PSA e a gestão da escala destes foi prevista e confirmada. Três atividades se destacam (Figura 7, b) por impactar as atividades de outros serviços. A supervisão do atendimento de enfermagem do PSA envolve intensa circulação entre as salas de observação, de medicação e de suprimentos, balcão de prescrições médicas e circulações; a avaliação clínica do paciente recepcionado no PSA inicia-se na circulação de acesso ao PSA, cruza a sala de observação e é concluída na circulação, em frente ao balcão de prescrições médicas (planta do PSA, Figura 5), quando ao menos uma enfermeira e um médico realizam a classificação e encaminhamento do paciente. Outro ponto destacado no recorte feito da matriz é a atividade de limpeza dos ambientes do PSA, que não tem relação de precedência direta com a enfermagem, mas impacta todas as atividades que acontecem no PSA (Figura 7, c, d). As atividades não marcadas nessa coluna ocorrem em outros setores, como o acesso dos funcionários e sala de espera (planta do PSA, Figura 5). Ao fim, foi destacado o conjunto de atividades com relações cíclicas não mencionadas nas entrevistas, mas que foram detectadas no mapa e confirmadas pelos outros instrumentos da APO (Figura 7, e). Destaque para a distribuição de medicação e a distribuição de materiais de consumo, permanente e esterilizado, ambas as atividades exigem a circulação pelos ambientes para verificar o consumo e repor os estoques para que as atividades que os consumiram estejam abastecidas para uma nova realização. A existência dessas situações apontadas, ligadas às atividades com grande impacto de deslocamento e arranjos cíclicos, é um direcionador para estudos de novos arranjos organizacionais, seja com foco em mudança ambiental, seja em processual.


Considerações sobre a coleta de informações por meio da APO


Algumas considerações sobre os procedimentos adotados merecem destaque. Durante as visitas, foram identificadas algumas alterações físicas e ocupacionais em relação à análise documental, realizadas principalmente para adaptar as instalações à pandemia. Portanto, ao realizar o mapeamento em casos existentes, é importante checar se a documentação condiz com a situação atual do EAS analisado. Sob uma perspectiva organizacional, isso ressalta a importância de se manter um as-built atualizado. Quanto ao levantamento de informações sobre o processo, a pesquisa se concentrou em agentes-chave para levantar as principais atividades de cada setor e serviço que afetavam o PSA. Essa abordagem foi adequada para testar o instrumento. Caso se entenda necessário usar registros mais detalhados, é possível entrevistar toda a população envolvida na organização.


Conclusões


Os resultados apresentados e discutidos neste documento abordam a conferência dos dados processados pelo MAEA realizada por meio da comparação com os achados de uma APO do PSA do HU-USP. Os detalhes dos fundamentos do instrumento estão descritos por PEREIRA et al. (2023). A confirmação das relações mapeadas pelo método corrobora empiricamente a validação teórica inicialmente obtida. Assim, é possível apontar que o MAEA fornece um mapa de relações entre processos e ambientes de uma organização, para que projetistas e gestores prediais tenham um subsídio para decidir sobre a manutenção de uma situação ou promover uma mudança.

Em alocações existentes, os mapas são uma evidência inicial, cujas ocorrências devem ser investigadas, pois podem tanto indicar uma falha no processo de mapeamento como problemas de alocação, o que oferece uma oportunidade para projetar melhorias no arranjo existente. A ocorrência de mais casos como este oferece mais oportunidades de comparar mapeamento e situação existente, o que contribui para o refinamento da interpretação dos resultados, caso sejam reportados. O MAEA também pode ser utilizado como um método de APP, simulando a congruência de alocações projetadas. Isto é, pode ser usado como apoio à decisão de projetistas e gestores em situações em que as atividades ainda serão alocadas em um espaço sem uso predeterminado, ou ainda, em situações em que o ambiente será projetado.

Limitações. O MAEA é um instrumento de APP baseado em modelo analítico, isso significa que não é adequado para a análise de eventos discretos e dinâmicos. Para esses casos, seria melhor uma abordagem baseada em simulação de comportamento, o que exige maior especialidade dos usuários do software e equipamentos com uma capacidade de computação alta. Os resultados apresentados foram obtidos a partir de um caso único. Assim, o reporte da aplicação do método em outros casos é importante para sua consolidação, aperfeiçoamento e validação estatística.

Desenvolvimento futuro. O principal desdobramento desta pesquisa é o desenvolvimento do software que permite a aplicação do MAEA por profissionais e pesquisadores de arquitetura, engenharia, construção e operação. Embora seja particularmente interessante para EAS, o potencial de utilização se estende a diferentes tipos de organização de trabalho e outras formas de organização social. Além disso, é possível incorporar mais domínios organizacionais para adicionar amplitude e aprofundamento ao mapeamento. Um desdobramento em andamento é a implementação do traçado automático dos caminhos realizados pelos usuários para as atividades alocadas. Nessa modalidade, o programa calcula o melhor percurso para que as atividades ocorram, e incorpora essas informações ao banco de dados. Isso permitirá o estudo de melhores caminhos em locações ainda não implementadas (APP). Outro trabalho em andamento é a leitura de plantas em imagens com formato .PNG, que automatiza a indicação de propriedades espaciais como as dimensões e relações entre ambientes. Ambas as funcionalidades serão disponibilizadas na versão final do software.

Agradecimentos e Financiamento. Os autores agradecem à pesquisadora Vitória Sanches Lemes Soares pela colaboração em campo, a cooperação institucional do HU-USP, bem como a todos os profissionais envolvidos, que colaboraram com o desenvolvimento do estudo. Agradecem às seguintes instituições pelo financiamento da pesquisa: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), pela concessão da bolsa de pós-doutorado para o primeiro autor, processo no 2020/15909-8; Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico ? CNPq, pela bolsa produtividade para o segundo autor, processo no 304131/2020- 2.



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