Congresso de Gestão em Saúde

Congresso de Gestão em Saúde
Congresso de Gestão em Saúde

Coordenação científica
Gonzalo Vecina Neto
Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo - USP

Vice Coordenador
Sérgio Fernando Rodrigues Zanetta
FBAH - Federação Brasileira de Administradores Hospitalares
Hospital Sírio-Libanês

Membros
Carlos José Massarenti
FBAH - Federação Brasileira de Administradores Hospitalares

Eduardo Luiz de Brito Neves
MHA Engenharia

José Carlos de Souza Abrahão
ANS - Agência Nacional de Saúde Suplementar

Luiz Eduardo Loureiro Bettarello
Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo

Marisa Riscalla Madi
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - USP

Ronaldo Pasquarelli
FBAH - Federação Brasileira de Administradores Hospitalares
Hospital Ipiranga

Waldomiro José Pedroso Federighi
CRA/SP - Conselho Regional de Administração

Waldomiro Monforte Pazin
FBAH - Federação Brasileira de Administradores Hospitalares

Congresso de Gestão em Saúde

Eficiência
Ana Luiza D’Ávilla Viana

No relatório da OMS de 2010, a questão da eficiência é tratada como prioridade para atingir a cobertura universal, pois as estimativas mostram que 20-40% de todas as despesas em saúde são desperdiçadas devido à ineficiência. Dessa forma, todos os países, independentemente do seu nível de rendimento, podem tomar medidas
para reduzir a ineficiência, o que requer uma avaliação inicial da natureza e das causas das ineficiências locais. Para a OMS, a eficiência é “uma medida da qualidade e/ou quantidade dos produtos obtidos (ou seja, produtos ou serviços de saúde) para um determinado nível de fatores de produção (ou seja, custos). Cetin e Bahce (2016) publicaram um estudo no qual avaliaram a eficiência dos sistemas de saúde dos países da OCDE usando 7 variáveis de input (número de médicos, número de enfermeiros, número de leitos, gasto em saúde per capita, gasto em saúde com % do PIB, número de aparelhos de ressonância magnética, taxa de uso de tabaco) e 2 variáveis de output (expectativa de vida ao nascer e mortalidade infantil). Os resultados mostraram que a eficiência varia bastante entre os países da OCDE e que os sistemas de saúde mais eficientes são os do Canadá, da República Tcheca, da Islândia, da Irlanda, de Israel, do Japão, da Coreia, da Polônia, da Eslovênia, da Suécia e do Reino Unido. Os demais países possuem sistemas de saúde considerados ineficientes.

Ozcan e Khushalani (2016) publicaram outro estudo para examinar as mudanças na eficiência dos sistemas de saúde em 34 países da OCDE no período 2000-2012 . Vários desses países (14) realizaram reformas nos seus sistemas de saúde nesse período e o artigo traz uma tabela onde é possível ver a natureza dessas reformas em
cada um deles. O estudo usou um modelo que separa os sistemas de saúde em dois componentes: saúde pública (ações coletivas) e atenção médica (individual). Os resultados mostram que os países que realizaram reformas em seus sistemas de saúde apresentaram mais ganhos de eficiência quando comparados aos que não o fizeram. No entanto, esse ganho de eficiência se deveu, sobretudo, ao componente da saúde pública. Os autores recomendam que ganhos adicionais de eficiência poderão ser alcançados por meio de redução no input do componente de atenção médica. Num artigo sobre os determinantes da eficiência do sistema de saúde do Canadá, Allin, Grignon e Wang (2015) concluíram que o sistema canadense possui grandes ineficiências (variando de 18 a 35%), as quais são resultados de 3 conjuntos de fatores: fatores relacionados à gestão (como readmissões hospitalares), fatores ligados à saúde pública (como taxas de fumo e obesidade) e fatores ambientais (como renda média da região). Na publicação OECD Health Statistics 2014 - How does Brazil compare?, temos os dados do Brasil. Resumidamente,
eles mostram que:
  • Gasto em saúde: gasto em saúde como % do PIB no Brasil é igual à média dos países da OCDE (9,3%). Entretanto, em termos per capita, o gasto anual é de apenas 1/3 da média dos países da OCDE (1109 USD no Brasil contra 3484 USD na OCDE).
  • Público x privado: o gasto público no Brasil corresponde somente a 46% do total, nível bastante inferior à média dos países da OCDE (72%). É menor ainda que nos EUA (48%), Chile (49%) e México (51%), os três países da OCDE com a menor participação do gasto público.
  • RH: o número de médicos por 1.000 habitantes era de 1,8 no Brasil (em 2010) contra 3,2 na OCDE (em 2012). O número de enfermeiros por 1.000 habitantes é ainda pior: 1,5 no Brasil (em 2010) contra 8,8 na OCDE (em 2012).
  • Leitos hospitalares: o Brasil possuía 2,3 leitos por 1.000 habitantes em 2012, o que é menos da metade da média dos países da OCDE para o mesmo ano (4,8).
  • Expectativa de vida ao nascer: embora o Brasil tenha aumentado a expectativa de vida em 19 anos desde 1960, atingindo 73,7 anos em 2012, ainda está 6,5 anos abaixo da média da OCDE (80,2 anos).
  • Mortalidade infantil: grande melhoria na taxa de mortalidade infantil no Brasil, que caiu de 51,6 por 1.000 nascidos vivos em 1990 para 12,9 em 2012; mesmo assim, é 3 vezes maior do que a média da OCDE (4,0 por 1.000 nascidos vivos).
  • Obesidade (fator de risco para muitas doenças): cresceu em todos os países, mas a situação no Brasil (18% da população) é pior do que a média dos países da OCDE (15%).
Ana Luiza D`Ávila Viana é economista. Iniciou o curso de economia na FEA (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade) da Universidade de São Paulo em 1968 e se formou em 1974 na Faculdade de Ciências Econômicas e Políticas da Universidade Cândido Mendes, no Rio de Janeiro. Concluiu o mestrado em economia em 1981 e o doutorado em 1994, ambos pelo Instituto de Economia da Unicamp (Universidade de Campinas). É professora aposentada da USP, onde lecionou, de 2002 a 2015, no Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina. É orientadora do programa de pós-graduação desse departamento (orienta, atualmente, sete teses de doutorado).

Eficiência (2)

Geraldo Amaral Jr.

A palestra Eficiência tem como objetivo demonstrar como as boas práticas utilizadas nas indústrias podem ser traduzidas e adaptadas para serem utilizadas com excelentes resultados na área hospitalar, com o propósito de reduzir os desperdícios e melhorar a eficiência organizacional e operacional.

A apresentação mostra a evolução dos princípios de melhoria da qualidade, desde os primórdios da Primeira Revolução Industrial até o reconhecimento do Sistema Toyota de Produção como filosofia e prática utilizadas para a redução de desperdício, melhoria de eficiência e excelência organizacional.

A tradução dessa filosofia e dessas práticas para a área hospitalar e os exemplos de sucesso de organizações que se beneficiam dessa mudança cultural testemunham que a Metodologia Lean pode e deve ser usada na área da saúde para a redução de desperdícios, melhoria da eficiência e a contínua procura da excelência.
Geraldo Amaral Júnior
Formado pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais - Curso de Máquinas e Motores. Cursos de especialização - FGV, Instituto Técnico Industriale-Scuola Agnelli - FIAT Torino, General Motors, Johnson & Johnson, Quality Institute USA, Black Belt pelo Quality Institute Johnson & Johnson USA.Profissional com mais de 50 anos de experiência nas áreas de Engenharia de Produção, Manutenção, Gerenciamento da Qualidade Total, Recursos Humanos, Gestão da Qualidade, Planejamento Estratégico e Process Excellence em companhias nacionais e multinacionais. Avaliador internacional dos requisitos do Prêmio Nacional de Qualidade Americano (Malcoml Baldrige) para as companhias Johnson & Johnson na América Latina, Europa e Ásia. Sócio-proprietário da Amaral & Amaral, precursora no Brasil na aplicação do Sistema Toyota de Produção (Metodologia Lean) na área da saúde. Vem implementando, com excelentes resultados, a metodologia na área hospitalar e de serviços no Brasil por meio de projetos desenvolvidos nos hospitais São Camilo, São Luiz, Sírio-Libanês, Bandeirantes, Unimed,Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre e Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo. Além dos trabalhos de consultoria independente, trabalha como consultor da Johnson & Johnson Medical LA na área de Strategic Solutions.

El Proceso de Cambio en Bolivia “Hospital Arco Iris” del Hospital Solido al Hospital Líquido
Ramiro Narváez Fernández


Bolivia, históricamente un país muy rezagado, Bolivia, situada en el centro de América del Sur, tiene 9 departamentos y 337 municipios, una superficie de 1.098.581 km2 y una población estimada por el Instituto Nacional de Estadística (INE) para 2013 de 10.389.913 habitantes, 66% urbana y 34% rural. La esperanza de vida al nacer fue de 66,34 años, la tasa de crecimiento demográfico de 2,24% y la tasa global de fecundidad de 3,5 hijos, con diferencias urbano-rurales importantes y la tasa cruda de natalidad de 27,1 nacidos por 1.000; con una deuda social acumulada durante muchos años, que se enfrenta a nuevos retos y desafíos, con el denominado “Proceso de cambio”, cuyos principales atributos fueron la revaloración de la cultura ancestral y por lo tanto la inclusión de sectores olvidados en la agenda nacional, un crecimiento económico sostenido y una mejor redistribución de los recursos económicos, en el campo de la salud, la salud como derecho consignada en la nueva constitución del Estado, la constitucionalización del consentimiento informado, y un largo camino que hay que transitar para la real transformación de la salud. Sin embargo se han sentado las bases de una real transformación, somos un país diferente, en consonancia debe cambiar el sistema, los hospitales y los profesionales de la salud, en un mundo cambiante, en crisis permanente; ahí surge la necesidad primero conceptual de atrevernos a plantear un modelo de hospital diferente, qué implique un cambio en el modelo asistencial, fundamentado en cambios paradigmáticos en nuestro país. Asumimos el reto en el marco de una alianza público privada, de salir de nuestras cuatro paredes, proyectándonos a la gente y al lugar donde viven y trabajan (comunidades callejeras); poblaciones periféricas de las ciudades de La Paz y El Alto y poblaciones rurales del Departamento de La Paz, articulando redes de servicios de salud, interconectándolas apoyados por las Tics, Telemedicina, telefonía móvil, etc. Generando de esta manera convenios de alianza con diferentes organizaciones, pueblos indígenas y originarios y con el Estado plurinacional.

Desde la perspectiva de la Meso y Micro gestión, enfocar la gestión en los pacientes, poniendo a su disposición nuestros servicios y nuestra tecnología, apostando al conocimiento y la innovación permanentes, intentando cambios el “el estado físico de nuestro hospital” y de esta forma la estructura hospitalaria existente en nuestro país, de sólida, rígida, centrada en los médicos, el personal de salud y en el hospital de manera centrípeta, a un modelo flexible, centrado en el paciente y sus necesidades, a este hospital lo denominamos “Hospital liquido”, es decir que este a la altura de los tiempos y de los procesos de transformación y de cambio, que son mérito de los pueblos y su gente. En un mundo cambiante, donde los ciudadanos no quieren ser más de segunda y por lo tanto son más exigentes, están más informadas y desean tomar decisiones sobre su enfermedad. El desarrollo de las nuevas tecnologías permite obtener la información y la comunicación inmediata, es decir estamos viviendo tiempos de cambios y de transformaciones algunas muy profundas.

Esta es un poco la história del Hospital Arco Iris en la ciudad de La Paz; Bolivia, que quiso interpretar el sentimiento de la gente y hacerse fluido, llano y simple como el boliviano más humilde, abandonado de siempre y protagonista de este nuevo país que todos queremos ganar.
Ramiro Narváez FernándezMédico Pediatra; Master em Gestión Hospitalaria; Profesor de Postgrado de Universidad Mayor De San Andres (Invitado); Director General Del Hospital Arco Iris; Presidente de la Asociación Boliviana de Hospitales; Presidente de la Sociedad Boliviana de Telemedicina e Informatica Medica; Presidente de la Federación Andino Amazonica de Hospitales y Servicios de Salud; Socio Activo de la Federación Latinoamericana de Hospitales; Federación Latinoamericana de Administradores de la Salud; Miembro de la Organización Iberoamericana de Prestadores de Servicios de Salud.


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