Congresso de Qualidade e Segurança do Paciente

Congresso de Qualidade e Segurança do Paciente
Congresso de Qualidade e Segurança do Paciente

Coordenação científica
Antônio Carlos Onofre de Lira
Hospital Sírio-Libanês

Vice Coordenador
Solange Amora Aliandro
FBAH - Federação Brasileira de Administradores Hospitalares

Membros
Eduardo Silva de Oliveira
MHA Engenharia

Fabio Leite Gastal
Hospital Mãe de Deus

Haino Burmester
Secretaria Estadual de Saúde

Laura Schiesari
ANAHP - Associação Nacional de Hospitais Privados

Marisa Riscalla Madi
Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP

Sandra Cristine da Silva
Hospital Sírio-Libanês

Vera Lúcia Borrasca
Hospital Sírio-Libanês

Waldomiro José Federighi
Conselho Regional de Administração de São Paulo

Resumo do Congresso de Qualidade e Segurança do Paciente

Resumo: Panorama do Uso Seguro de Medicamentos
Mario Borges

A palestra “Panorama do uso seguro de medicamentos” apresentou o panorama de eventos adversos e erros de medicação nos EUA e no Brasil. Entre os principais fatores estão: erros de prescrição, erros de dispensação, erros de administração e ambulatório. As consequências são: gastos desnecessários importantes - bilhões de reais, redução da disponibilidade de leitos; sofrimento humano; abala seriamente a reputação de uma instituição; custo social e problemas judiciais. Os pontos críticos do sistema de medicação são: falta de informação sobre medicamentos e pacientes; problemas de comunicação entre a equipe; rótulos, embalagens e nomes de medicamentos semelhantes. Uma abordagem sistêmica e a construção de uma cultura justa contribuem de modo consistente para a prevenção de erros de medicação.

Resumo: Relato de Experiência sobre o Uso Seguro de Medicamentos
Debora Cecilia Mantovani Faustino

A palestra “O Uso Seguro de Medicamentos” apresentou a experiência do Hospital Sírio-Libanês e a segurança de sua farmácia, buscando responder à pergunta: Como fazer a manutenção da qualidade e segurança do paciente neste contexto? As atividades da assistência farmacêutica englobam: suporte técnico; qualificação técnica de fornecedores; seleção de produtos; recebimento de produtos; identificação de produtos; armazenamento; distribuição; preparo de medicamentos injetáveis; dispensação; farmácia clínica; monitoramento e educação continuada. Entre as soluções adotadas pelo HSL destacam-se: rastreabilidade de medicamentos, múltiplas checagens na administração de medicamentos, farmacovigilância e tecnovigilância, entre outros.

Resumo: Segurança em Procedimentos Anestésicos
Enis Donizeti Silva

A palestra “Segurança em Procedimentos Anestésicos” apresentou a experiência do programa de Anestesia Segura do Hospital Sírio-Libanês. Neste programa são citados dez passos para Indicadores do Programa Anestesia Segura. Foi mostrado também como foi implantado o Time de Resposta Rápida (TRRs), incluindo o treinamento e os critérios para acionamento. Após 19 meses da implantação dos TRRs, 67 vidas foram salvas. Ressalta-se a necessidade do treinamento técnico do anestesiologista com uso de simulação em anestesia garantindo melhor aprendizado.

Resumo: Segurança em Eventos Automobilísticos
Mario Lúcio A. Baptista Filho

A palestra “Segurança em Eventos Automobilísticos” apresentou a estrutura médica montada para eventos automobilísticos no Brasil. A estratégia médica é estruturada em três fases que têm por objetivo reduzir o tempo entre o trauma e o tratamento, dar suporte à vida e não adicionar lesões às já existentes. A equipe médica é dividida entre: diretor médico, diretor médico adjunto, médico supervisor da pista, equipes de especialidades do centro médico do autódromo e equipe de especialidades da retaguarda (Hospital Bandeirantes e Hospital Leforte). Foram apresentadas também as estruturas do autódromo e dos hospitais de referência. A estrutura montada garante a chance de sobrevivência dos acidentados no autódromo.

Resumo: Cultura de Segurança do Paciente - Como eu Faço?
Marco Aurélio Vitorino Cunha

A palestra “Pesquisa de Cultura - Como eu faço?” apresenta a experiência do Hospital Estadual de Diadema em relação à construção de uma cultura de segurança. São apresentadas as estratégias adotadas pela instituição para medir as diferentes percepções de segurança nos diversos níveis hierárquicos do hospital. Tal avaliação é realizada por meio de instrumento do AHRQ e visa direcionar ações em relação aos pontos fracos apontados e entender onde estão os pontos fortes. Como resultado, foi apresentada uma melhora de 16% na dimensão resposta não punitiva ao erro e uma melhoria de 13,5% em relação a transferências internas e passagens de plantão.

Resumo: Cultura de Segurança
Elenara Ribas

A palestra “Cultura de Segurança” apresenta a experiência do Hospital Mãe de Deus sobre o tema. Partindo das evidências de: baixa qualidade dos estudos, problemas de terminologia, poucos estudos negativos e de programas de múltiplas ações (bundle) foi estruturado um trabalho para criar uma organização de alta confiabilidade. Assim, a cultura de segurança visa: definir as estruturas e os sistemas de liderança; identificar e minimizar os riscos e perigos; medir a cultura e promover o trabalho em equipe. Assim, buscou-se identificar e mitigar os riscos e perigos; analisar os riscos genéricos e os esforços dirigidos a riscos específicos, estruturar um sistema de seguimento que revela os problemas de segurança e criaram-se indicadores. Os desafios que se apresentam atualmente mostram que os métodos atuais ainda são altamente dependentes de vigilância e de trabalho duro e que o foco no desfecho tende a exagerar a confiabilidade dando uma falsa sensação de segurança.

Resumo: Cultura de Segurança
Paulo Henrique de Oliveira

A apresentação sobre Cultura de Segurança na Rede São Camilo mostrou a pesquisa realizada que teve por objetivos: aferir a percepção da Cultura de Segurança do Paciente para todo corpo funcional; fazer com que a equipe reconheça a importância de uma gestão segura para o cuidado ao paciente; instituir / fortalecer a Cultura
de Segurança por meio de ações de melhoria e segurança; promover a discussão de conceitos relacionados à Segurança do Paciente e prevenir recorrências; incorporar ao movimento o conceito da Cultura Justa. O método utilizado foi baseado no modelo da AHRQ traduzido pela Fiocruz (2013). Foram apresentadas as doze dimensões avaliadas e os comparativos externos dos anos de 2011, 2012, 2013 e 2014. Entre as ações de melhoria, destacamos: dimensionamento de pessoal, revisão de atendimento de farmácia e gerenciamento efetivo de riscos e feedback das ações, incentivo da gestão participativa, ações de comunicação, entre muitas outras.

Resumo: A Transparência e o envolvimento na segurança do paciente - A visão do paciente
Rosângela Silva Santos

A apresentação “A Transparência e o envolvimento na segurança do paciente - A visão do paciente” discute a questão da segurança dos diversos tratamentos de saúde sob o ponto de vista daquele que recebe os cuidados. A partir da fundamentação legal da Anvisa que dispõe sobre as boas práticas do funcionamento para os serviços de saúde, garante a participação popular gerando ações de mobilização e de educação em saúde. No tratamento de doenças crônico-degenerativas, a participação ativa do paciente é fundamental para a melhora de sua qualidade de vida. Assim, é necessária uma atenção maior para uma abordagem que se baseie no processo educacional e de conscientização.

Resumo: A Visão do Profissional de Saúde
Dario Birolini

A palestra “A transparência e o envolvimento na segurança do paciente: a visão do profissional de saúde” busca refletir de modo crítico sobre a cultura atual e como o estilo de vida contemporâneo impacta a relação médico-paciente. Considerando o perfil atual do paciente: alimentação errada, vida sedentária, etilismo, tabagismo,
uso de drogas, vida social competitiva, vida profissional desgastante e vida familiar deteriorada, gera-se uma série de consequências tais como: obesidade, diminuição da altura, dores articulares, limitações físicas, agressividade e isolamento. Soma-se a isso o impacto da “innovation & technology” sobre a atuação do médico, o papel da indústria farmacêutica, da formação precária nas escolas e do disease mongering (transformar distúrbios comuns em problemas médicos). A cultura atual leva a uma “medicina defensiva” fundamentada em exames em excesso na busca por um diagnóstico preciso realizado por especialistas. Como sugestão, são propostas ações que levem à recuperação da relação médico-paciente, visando tratar os doentes e não os sintomas.

Resumo: A Visão da Instituição de Saúde
Antônio Carlos Onofre de Lira

A apresentação “A Transparência e o Envolvimento na Segurança do Paciente: A Visão Institucional” busca apresentar, a partir dos determinantes sociais de saúde e doença e de marcos referenciais, a experiência do Hospital Sírio-Libanês. A comunicação e a mobilização ocorrem a partir do alinhamento dos fóruns gerenciais com a seguinte estrutura: comitê executivo, comitê ampliado, encontro com gestores e encontro das áreas. A mobilização do corpo clínico é construída a partir da participação em comissões. A comunição possui como ferramentas as revistas institucionais, campanhas, boletins bimestrais, intranet, informe eletrônico, Portal do Médico, Portal do Paciente. Outra ferramenta importante é a avaliação de desempenho realizada com todo o corpo clínico que recebe uma carta de avaliação anual de desempenho. A reunião de eventos adversos é mensal e aberta a profissionais externos, tem por objetivo apontar e pactuar ações de melhorias a partir dos eventos ocorridos. O desempenho institucional é medido no grupo de Melhores Práticas Médicas - ANAPH, comparando o desempenho do hospital com os demais participantes.

Resumo: Integralidade e Segurança do Paciente
Luciana Yumi Ue

A palestra “Integralidade e Segurança do Paciente” apresentou o programa do Ministério da Saúde em relação aos planos de desenvolvimento de um programa nacional de qualidade. O Programa Nacional de Segurança do Paciente abarca o núcleo de segurança do paciente e o plano de segurança do paciente em serviços de saúde. Apresenta-se a legislação atual e os materiais de apoio que o Ministério disponibiliza para auxiliar as EAS para a melhoria da qualidade do atendimento e adequação as normas de segurança do paciente.

Resumo: Integralidade e Segurança do Paciente
Luiz Fernando Sampaio Rolim

A palestra “Integralidade e segurança do paciente: A experiência da Unimed BH” apresenta a experiência de uma cooperativa de saúde. A partir da reflexão sobre o Modelo de Atenção à Saúde, a segurança do paciente é compreendida como uma atuação que se faz com gestão de riscos em todo o percurso. A gestão dos fatores-chave para a integração de sistemas fragmentados é constituída com: reforço dos princípios sistêmicos APS; integração e gestão clínica; aumento da produtividade dos serviços hospitalares com adensamento tecnológico; eficácia dos sistemas de informação e realinhamento dos incentivos financeiros com superação do pagamento por procedimentos.

O Plano de Segurança do Paciente é compreendido como norteador na construção de estratégias para minimização de riscos, sendo elas: promoção da saúde, prevenção das doenças, gerenciamento de doenças e gerenciamento de casos crônicos. Abordagens que melhoram a qualidade do cuidado e a segurança do paciente: grupos de promoção da saúde, palestras e grupos terapêuticos. Com a adoção do “Modelo Unimed Pleno” a proporção de consultas em pronto-socorro passou de 34% para 19%, com resultados expressivos na melhora do atendimento.

Resumo: Gestão de segurança em Rede
Fabio Leite Gastal

A palestra “Gestão de segurança em Rede” mostrou a experiência do Sistema de Saúde Mãe de Deus em relação à gestão de segurança. Os principais desafios de uma operação em rede é trabalhar com Sistema de Gestão, Sistema de Informação e Gestão de Pessoas. A integração abarca o Sistema de Financiamento, o Sistema de Gestão empresarial em todo o sistema, o Sistema de Informação Clínica e os sistemas especialistas. São criados protocolos com a criação dos núcleos de gestão de risco / núcleos de segurança do paciente, onde é realizada a decisão sobre os processos a serem implantados em cada hospital / unidade de saúde e, posteriormente, é feita a definição dos protocolos corporativos. O acompanhamento se dá por meio de auditoria externa (SSMD), auditoria interna, processos educativos (SSMD) e auditoria externa (acreditação), garantindo a unidade do sistema.

Resumo: A Segurança Arquitetônica
Fábio Oliveira Bitencourt Filho

A palestra “A Segurança Arquitetônica” apresentou a questão da segurança hospitalar para além da questão médica, a partir da compreensão de que a segurança do paciente refere-se aos esforços coordenados para evitar danos causados por procedimentos de cuidados de saúde ao próprio paciente. Assim, por meio de abordagens e reflexões sobre a evolução do ambiente, segurança, qualidade e a dimensão do conforto humano, a arquitetura hospitalar contemporânea busca soluções para garantir a segurança de pacientes e profissionais. 

Resumo: A Segurança Contra Incêndio
Marcos Kahn

A palestra “A Segurança Contra Incêndio” apresentou a grave situação da falta de preparo dos edifícios de assistência à saúde para uma contingência de incêndio. A partir do cenário histórico de risco real de incêndios em EAS, do contexto legislativo contraditório e da conjuntura específica brasileira, foram apresentadas ações possíveis para minimizar o risco, incluindo publicações e recursos específicos para a área de saúde. Compreendendo sempre que a segurança contra incêndio não é um assunto dos bombeiros, das VISAs ou do SESMT, mas um assunto corporativo de estratégia e continuidade dos negócios. 
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