1. Quais foram os maiores desafios durante a elaboração de "Envelhecer em casa"?
Um dos principais desafios foi o contexto brasileiro, onde ainda não há uma adoção ampla de soluções e políticas públicas voltadas para moradias destinadas à terceira idade, quando se compara a outras regiões como Europa e América do Norte. Nesses locais, tanto iniciativas públicas quanto privadas têm desenvolvido uma grande variedade de alternativas habitacionais para acomodar as necessidades de uma população crescente de idosos. Além disso, nesses locais, há uma vasta bibliografia orientando tanto a população idosa quanto os profissionais da construção civil sobre a adaptação do lar. Nosso objetivo no livro foi contextualizar e adaptar essas soluções internacionais à realidade nacional, introduzindo esse conhecimento com linguagem simples e de fácil compreensão, com muitas ilustrações e exemplos, especialmente para o público idoso.
Outro desafio é que ambientes residenciais amplos costumam oportunizar condições mais favoráveis à acessibilidade. No entanto, no Brasil, uma parcela expressiva da população vive em moradias com áreas mínimas, o que por si só é um desafio para acomodar confortavelmente as atividades cotidianas. Essas restrições espaciais podem constituir obstáculos à criação de condições adequadas de acessibilidade e à adaptação às novas necessidades que surgem com o envelhecimento. No livro, por uma limitação de tempo, não foi possível focar especificamente habitações de interesse social, com áreas muito reduzidas. Buscamos, no entanto, apresentar uma variedade grande de soluções no que se refere ao tamanho e à forma dos ambientes, bem como os custos envolvidos. Por exemplo, apresentamos inúmeras recomendações que não demandam recursos financeiros, como aquelas relativas ao posicionamento de objetos leves e pesados em armários, até soluções mais sofisticadas e caras, como o elevador de transferência de teto. Entendemos que as condições e as necessidades de cada leitor são distintas, por isso gostaríamos de introduzir informação suficiente para que possa escolher as estratégias ambientais mais adequadas aos seus interesses e possibilidades.
2. O que inspirou vocês a se aprofundarem nesse assunto e a escrever um livro tão detalhado sobre como adaptar lares para pessoas idosas?
Uma das principais motivações foi a experiência prévia de pesquisa de ambas as autoras, especialmente da professora Vera Helena Moro Bins Ely, que dedicou grande parte de sua carreira acadêmica às temáticas de desenho universal, acessibilidade e envelhecimento.
Além disso, o Brasil já tem uma das maiores populações idosas do mundo, tornando fundamental a adaptação e qualificação dos ambientes residenciais para proporcionar uma melhor qualidade de vida. Embora existam modelos interessantes de moradia para a terceira idade nos grandes centros urbanos, eles geralmente são privados e voltados para um público de alto poder aquisitivo. Além disso, a maioria das pessoas deseja permanecer em suas casas o máximo de tempo possível, preservando suas rotinas e relações familiares. Nosso livro busca dar suporte a esse anseio.
3. Quais são as principais barreiras que as pessoas enfrentam ao tentar adaptar suas residências para pessoas idosas, seja para si, seja para familiares, e como esse livro poderá ajudá-las a superar esses desafios?
Um dos principais desafios é a população desconhecer a variedade de adaptações possíveis no ambiente residencial para promover mais segurança e conforto. Em uma pesquisa prévia nossa, percebemos que a maior parte das pessoas idosas participantes realmente não estava ciente da importância de realizar ajustes em sua moradia para adequá-la melhor às suas novas necessidades, mesmo aqueles mais simples e de baixo custo, como remover um tapete escorregadio de uma circulação.
Acreditamos que os profissionais que atuam na área de construção civil estão mais bem informados, sobretudo no que se refere às soluções que visam à acessibilidade e às perdas físico-motoras, visto que, com frequência, publicações e estudos focam essa temática. No entanto, nos parece haver uma menor difusão de informações que abarquem outras perdas que podem ocorrer ao longo do processo de envelhecimento, como as cognitivas e as perceptivas. Por exemplo, a importância de proporcionar a mesma informação do ambiente por meio de mais de um canal sensorial (informação redundante), como uma campainha de porta de entrada com alerta sonoro e luminoso, que pisca em algum ambiente interno quando alguém chega à casa, facilitando sua percepção por pessoas com perda auditiva.
O livro visa preencher essa lacuna, apresentando um espectro amplo de limitações que podem surgir com o envelhecimento e diferentes possibilidades de soluções espaciais para cada uma delas. Dedicamos um capítulo ao processo de envelhecimento, para que os leitores possam compreender e refletir sobre seus desafios individuais, bem como escolher as soluções que se ajustem melhor às suas necessidades.
4. Como vocês veem a questão da personalização das adaptações residenciais para atender à diversidade de necessidades e preferências individuais das pessoas idosas? As soluções indicadas no livro podem ser ajustadas para diferentes perfis?
O livro foi elaborado com o objetivo de apresentar uma grande variedade de alternativas e soluções projetuais, considerando que o envelhecimento ocorre de maneira diferente para cada pessoa, assim como também são diferentes as moradias e os contextos socioeconômicos. As necessidades de ajuste do espaço físico são, portanto, únicas para cada indivíduo. Nesse sentido, incluímos no livro um capítulo específico sobre ergonomia, no qual buscamos introduzir esse conhecimento a leigos na área, com linguagem acessível e muitas ilustrações. Nesse capítulo, dentre outras temáticas abordadas, sugerimos que os móveis sejam pensados não para medidas padrão ou aquelas previstas na norma de acessibilidade, que, apesar de fundamental, busca atender a maioria da população. Entendemos que, em se tratando do ambiente residencial, é fundamental que sejam consideradas as medidas e as habilidades específicas do morador, e não da maioria da população. Assim, o intuito é apoiar o leitor na tomada de decisão sobre quais são os ajustes importantes e como conduzi-los de forma adequada às suas dimensões corporais e necessidades.
5. No livro há um catálogo de produtos disponíveis hoje no mercado para a adaptação do ambiente residencial às necessidades decorrentes do envelhecimento. Vocês poderiam explicar um pouco a ideia desse catálogo?
O catálogo visa, sobretudo, mostrar aos leitores, especialmente os leigos na área, os inúmeros produtos hoje disponíveis no mercado para dar suporte às atividades cotidianas e à vivência do ambiente residencial da pessoa idosa. Assim como no restante do livro, buscamos exemplificar e ilustrar ao máximo todas as possibilidades de ajustes, evitando orientações exclusivamente teóricas ou abstratas, para facilitar a compreensão. No caso do catálogo de produtos, são exemplificados e ilustrados os produtos disponíveis hoje para venda que aparecem dentro das orientações e ilustrações de cada um dos ambientes apresentados na parte 2 do livro. Também é introduzida rapidamente a função de cada produto, com os nomes mais usuais e as marcas que apareceram com maior frequência na busca online.
Como são inúmeros os produtos e fabricantes, não foi possível testar e avaliar comparativamente a qualidade entre eles. Optamos apenas por introduzir ao leitor as possibilidades existentes e recomendamos no livro que todos avaliem cuidadosamente os produtos e/ou se informem melhor sobre os fabricantes, sempre que possível, antes de adquiri-los.
6. Vocês poderiam compartilhar alguma história, pessoal ou de conhecidos, com resultados práticos que demonstrem o impacto positivo de algumas das adaptações sugeridas no livro?
Aplicamos algumas das estratégias projetuais mencionadas no livro em situações de amigos e familiares. Na Bélgica, por exemplo, um amigo da autora Vera foi residir em uma instituição para a terceira idade, que lhe permitia trazer mobília de casa, uma estratégia muito respeitosa em relação à história pessoal do morador. No entanto, os quartos não comportavam móveis grandes típicos dessa geração, como seus roupeiros e cômodas. Assim, foi necessário adquirir móveis novos e compactos que se adaptassem às dimensões do local e atendessem múltiplas funções. Nessa situação específica, o morador trabalha em seu computador com frequência e, portanto, precisava de uma escrivaninha adequada. Porém, devido ao tamanho reduzido do quarto, a escrivaninha também precisaria funcionar como mesa de refeições. Nesse sentido, o conhecimento de pesquisa apresentado no livro auxiliou na seleção de mobiliário confortável, seguro e ergonômico, adequado às novas necessidades, às medidas antropométricas de seu usuário e às limitações impostas pelas dimensões do ambiente.
7. Para terminar, poderiam dar algumas dicas de temas, caminhos ou recursos disponíveis atualmente para os nossos leitores que também estejam interessados em atuar com projetos e com pesquisa no campo do envelhecimento saudável?
No Brasil, acreditamos que ainda são escassos os modelos inovadores de moradias para pessoas idosas, os quais têm se tornado mais frequentes no exterior, como edificações residenciais multifamiliares planejadas para acomodar diferentes gerações e funções. Esses modelos habitacionais, planejados tanto pela iniciativa pública quanto privada, oferecem apartamentos e casas adaptados às necessidades decorrentes do envelhecimento, estimulam um sentido de comunidade, pela convivência multigeracional, e buscam reduzir o isolamento social, por estarem, em geral, integrados aos centros urbanos. No Brasil, há excelentes exemplos de instituições e edificações residenciais multifamiliares cuidadosamente planejadas para idosos, porém, geralmente, são localizadas nas grandes cidades e são privadas, voltadas para uma faixa de renda que não contempla a maioria da população. Acreditamos que o trabalho de planejamento arquitetônico, execução e empreendimento de moradias e instituições públicas e privadas para a terceira idade é um mercado em expansão, ainda pouco explorado, em que arquitetos, engenheiros, designers e empreendedores terão cada vez mais oportunidades profissionais.
Em termos de pesquisa, um tema promissor é a adaptação de casas mínimas e habitações populares para o envelhecimento, que não foi possível aprofundar no livro. Além disso, programas de pós-graduação em todo o país, como o POSARQ da UFSC, têm aberto linhas de pesquisa relacionadas ao desenho universal e à acessibilidade, proporcionando um campo fértil para estudos e pesquisas na área.
Um dos principais desafios foi o contexto brasileiro, onde ainda não há uma adoção ampla de soluções e políticas públicas voltadas para moradias destinadas à terceira idade, quando se compara a outras regiões como Europa e América do Norte. Nesses locais, tanto iniciativas públicas quanto privadas têm desenvolvido uma grande variedade de alternativas habitacionais para acomodar as necessidades de uma população crescente de idosos. Além disso, nesses locais, há uma vasta bibliografia orientando tanto a população idosa quanto os profissionais da construção civil sobre a adaptação do lar. Nosso objetivo no livro foi contextualizar e adaptar essas soluções internacionais à realidade nacional, introduzindo esse conhecimento com linguagem simples e de fácil compreensão, com muitas ilustrações e exemplos, especialmente para o público idoso.
Outro desafio é que ambientes residenciais amplos costumam oportunizar condições mais favoráveis à acessibilidade. No entanto, no Brasil, uma parcela expressiva da população vive em moradias com áreas mínimas, o que por si só é um desafio para acomodar confortavelmente as atividades cotidianas. Essas restrições espaciais podem constituir obstáculos à criação de condições adequadas de acessibilidade e à adaptação às novas necessidades que surgem com o envelhecimento. No livro, por uma limitação de tempo, não foi possível focar especificamente habitações de interesse social, com áreas muito reduzidas. Buscamos, no entanto, apresentar uma variedade grande de soluções no que se refere ao tamanho e à forma dos ambientes, bem como os custos envolvidos. Por exemplo, apresentamos inúmeras recomendações que não demandam recursos financeiros, como aquelas relativas ao posicionamento de objetos leves e pesados em armários, até soluções mais sofisticadas e caras, como o elevador de transferência de teto. Entendemos que as condições e as necessidades de cada leitor são distintas, por isso gostaríamos de introduzir informação suficiente para que possa escolher as estratégias ambientais mais adequadas aos seus interesses e possibilidades.
2. O que inspirou vocês a se aprofundarem nesse assunto e a escrever um livro tão detalhado sobre como adaptar lares para pessoas idosas?
Uma das principais motivações foi a experiência prévia de pesquisa de ambas as autoras, especialmente da professora Vera Helena Moro Bins Ely, que dedicou grande parte de sua carreira acadêmica às temáticas de desenho universal, acessibilidade e envelhecimento.
Além disso, o Brasil já tem uma das maiores populações idosas do mundo, tornando fundamental a adaptação e qualificação dos ambientes residenciais para proporcionar uma melhor qualidade de vida. Embora existam modelos interessantes de moradia para a terceira idade nos grandes centros urbanos, eles geralmente são privados e voltados para um público de alto poder aquisitivo. Além disso, a maioria das pessoas deseja permanecer em suas casas o máximo de tempo possível, preservando suas rotinas e relações familiares. Nosso livro busca dar suporte a esse anseio.
3. Quais são as principais barreiras que as pessoas enfrentam ao tentar adaptar suas residências para pessoas idosas, seja para si, seja para familiares, e como esse livro poderá ajudá-las a superar esses desafios?
Um dos principais desafios é a população desconhecer a variedade de adaptações possíveis no ambiente residencial para promover mais segurança e conforto. Em uma pesquisa prévia nossa, percebemos que a maior parte das pessoas idosas participantes realmente não estava ciente da importância de realizar ajustes em sua moradia para adequá-la melhor às suas novas necessidades, mesmo aqueles mais simples e de baixo custo, como remover um tapete escorregadio de uma circulação.
Acreditamos que os profissionais que atuam na área de construção civil estão mais bem informados, sobretudo no que se refere às soluções que visam à acessibilidade e às perdas físico-motoras, visto que, com frequência, publicações e estudos focam essa temática. No entanto, nos parece haver uma menor difusão de informações que abarquem outras perdas que podem ocorrer ao longo do processo de envelhecimento, como as cognitivas e as perceptivas. Por exemplo, a importância de proporcionar a mesma informação do ambiente por meio de mais de um canal sensorial (informação redundante), como uma campainha de porta de entrada com alerta sonoro e luminoso, que pisca em algum ambiente interno quando alguém chega à casa, facilitando sua percepção por pessoas com perda auditiva.
O livro visa preencher essa lacuna, apresentando um espectro amplo de limitações que podem surgir com o envelhecimento e diferentes possibilidades de soluções espaciais para cada uma delas. Dedicamos um capítulo ao processo de envelhecimento, para que os leitores possam compreender e refletir sobre seus desafios individuais, bem como escolher as soluções que se ajustem melhor às suas necessidades.
4. Como vocês veem a questão da personalização das adaptações residenciais para atender à diversidade de necessidades e preferências individuais das pessoas idosas? As soluções indicadas no livro podem ser ajustadas para diferentes perfis?
O livro foi elaborado com o objetivo de apresentar uma grande variedade de alternativas e soluções projetuais, considerando que o envelhecimento ocorre de maneira diferente para cada pessoa, assim como também são diferentes as moradias e os contextos socioeconômicos. As necessidades de ajuste do espaço físico são, portanto, únicas para cada indivíduo. Nesse sentido, incluímos no livro um capítulo específico sobre ergonomia, no qual buscamos introduzir esse conhecimento a leigos na área, com linguagem acessível e muitas ilustrações. Nesse capítulo, dentre outras temáticas abordadas, sugerimos que os móveis sejam pensados não para medidas padrão ou aquelas previstas na norma de acessibilidade, que, apesar de fundamental, busca atender a maioria da população. Entendemos que, em se tratando do ambiente residencial, é fundamental que sejam consideradas as medidas e as habilidades específicas do morador, e não da maioria da população. Assim, o intuito é apoiar o leitor na tomada de decisão sobre quais são os ajustes importantes e como conduzi-los de forma adequada às suas dimensões corporais e necessidades.
5. No livro há um catálogo de produtos disponíveis hoje no mercado para a adaptação do ambiente residencial às necessidades decorrentes do envelhecimento. Vocês poderiam explicar um pouco a ideia desse catálogo?
O catálogo visa, sobretudo, mostrar aos leitores, especialmente os leigos na área, os inúmeros produtos hoje disponíveis no mercado para dar suporte às atividades cotidianas e à vivência do ambiente residencial da pessoa idosa. Assim como no restante do livro, buscamos exemplificar e ilustrar ao máximo todas as possibilidades de ajustes, evitando orientações exclusivamente teóricas ou abstratas, para facilitar a compreensão. No caso do catálogo de produtos, são exemplificados e ilustrados os produtos disponíveis hoje para venda que aparecem dentro das orientações e ilustrações de cada um dos ambientes apresentados na parte 2 do livro. Também é introduzida rapidamente a função de cada produto, com os nomes mais usuais e as marcas que apareceram com maior frequência na busca online.
Como são inúmeros os produtos e fabricantes, não foi possível testar e avaliar comparativamente a qualidade entre eles. Optamos apenas por introduzir ao leitor as possibilidades existentes e recomendamos no livro que todos avaliem cuidadosamente os produtos e/ou se informem melhor sobre os fabricantes, sempre que possível, antes de adquiri-los.
6. Vocês poderiam compartilhar alguma história, pessoal ou de conhecidos, com resultados práticos que demonstrem o impacto positivo de algumas das adaptações sugeridas no livro?
Aplicamos algumas das estratégias projetuais mencionadas no livro em situações de amigos e familiares. Na Bélgica, por exemplo, um amigo da autora Vera foi residir em uma instituição para a terceira idade, que lhe permitia trazer mobília de casa, uma estratégia muito respeitosa em relação à história pessoal do morador. No entanto, os quartos não comportavam móveis grandes típicos dessa geração, como seus roupeiros e cômodas. Assim, foi necessário adquirir móveis novos e compactos que se adaptassem às dimensões do local e atendessem múltiplas funções. Nessa situação específica, o morador trabalha em seu computador com frequência e, portanto, precisava de uma escrivaninha adequada. Porém, devido ao tamanho reduzido do quarto, a escrivaninha também precisaria funcionar como mesa de refeições. Nesse sentido, o conhecimento de pesquisa apresentado no livro auxiliou na seleção de mobiliário confortável, seguro e ergonômico, adequado às novas necessidades, às medidas antropométricas de seu usuário e às limitações impostas pelas dimensões do ambiente.
7. Para terminar, poderiam dar algumas dicas de temas, caminhos ou recursos disponíveis atualmente para os nossos leitores que também estejam interessados em atuar com projetos e com pesquisa no campo do envelhecimento saudável?
No Brasil, acreditamos que ainda são escassos os modelos inovadores de moradias para pessoas idosas, os quais têm se tornado mais frequentes no exterior, como edificações residenciais multifamiliares planejadas para acomodar diferentes gerações e funções. Esses modelos habitacionais, planejados tanto pela iniciativa pública quanto privada, oferecem apartamentos e casas adaptados às necessidades decorrentes do envelhecimento, estimulam um sentido de comunidade, pela convivência multigeracional, e buscam reduzir o isolamento social, por estarem, em geral, integrados aos centros urbanos. No Brasil, há excelentes exemplos de instituições e edificações residenciais multifamiliares cuidadosamente planejadas para idosos, porém, geralmente, são localizadas nas grandes cidades e são privadas, voltadas para uma faixa de renda que não contempla a maioria da população. Acreditamos que o trabalho de planejamento arquitetônico, execução e empreendimento de moradias e instituições públicas e privadas para a terceira idade é um mercado em expansão, ainda pouco explorado, em que arquitetos, engenheiros, designers e empreendedores terão cada vez mais oportunidades profissionais.
Em termos de pesquisa, um tema promissor é a adaptação de casas mínimas e habitações populares para o envelhecimento, que não foi possível aprofundar no livro. Além disso, programas de pós-graduação em todo o país, como o POSARQ da UFSC, têm aberto linhas de pesquisa relacionadas ao desenho universal e à acessibilidade, proporcionando um campo fértil para estudos e pesquisas na área.